Humildade é simplicidade, é naturalidade.
Muitos interpretam humildade como pusilanimidade ou frouxidão de caráter. Os que assim pensam estão muito longe da verdade.
Ser humilde não é ser covarde, não é se aviltar nem rastejar. É apenas ser simples.
Certas pessoas, para atestar a sua humildade, se dizem insignificantes, esquecidas de que esse sentimento depressivo a seu próprio respeito entorpece e anula qualquer atividade sua. A sugestão é algo importante na nossa vida, e aquele que se deprecia, vai-se convencendo da sua incapacidade, perdendo, assim, o estímulo para qualquer investimento.
Se a própria pessoa se desvaloriza, se amesquinha diante dos outros, como esperar que alguém lhe dê qualquer incumbência de responsabilidade?
"A justiça começa por casa", diz um sábio rifão.
Ninguém é insignificante; todos têm seu valor. Cada um deve procurá-lo dentro de si e fazê-lo viver.
A parábola do óbolo da viúva, por exemplo, nos mostra o valor da ação sincera, embora aparentemente insignificante. Ela ofereceu o que possuía e o fez com amor.
Segundo o Mestre, não seremos julgados, no tribunal divino, pelo número de talentos que nos foi confiado, mas pela fidelidade na sua aplicação.
A tragédia mais pungente é a do talento que se perde por força de uso. E deixa de ser usado pela carência de esforço, de uma vontade resoluta.
Ser humilde é proceder como a viúva da parábola: fazer aquilo que estiver ao nosso alcance, o melhor que pudermos, com todo o nosso amor, para que o talento que nos foi confiado se multiplique.
Saibamos que da contribuição fiel de cada um de nós é que a evolução segue a sua trajetória. Contribuição consciente e perseverante.
Pode-se ser humilde e austero ao mesmo tempo, pois a humildade não nos compele a deixarmos as coisas erradas ao nosso lado, sem ajudarmos com a energia que se fizer necessária para consertar esses erros.
A humildade é ativa e vigilante porque conhece a sua missão.
Humildade, pois, é ausência total de vaidade e desligamento das coisas transitórias da Terra; é libertação integral.
(Do livro “Vem...”, de Cenyra Pinto).
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