Além do horizonte, existem outros mundos a serem descobertos.
Lá, folhas não caem, elas flutuam.
Lá, o meio de transporte são pássaros que vem até você e com o suspiro de seu amor, neste mundo todos andam de mãos dadas lá é aonde a harmonia toma conta da natureza de todas as espécies viventes.
Lá, não colhemos flores, mas as flores colhem a gente.
Chegou o tempo de despertar e acreditar que esta vida vale apena ser vivida.
-Rhenan Carvalho-

domingo, 24 de maio de 2009

Depois das grandes tempestades...

Depois das grandes tempestades em nossas vidas, às vezes, ao invés da bonança esperada,costumamos fechar a alma para balanço.

E, por mais que digamos estar disponíveis ao diálogo,bem no fundo do nosso coração colocamos uma porta.

E esta porta fica tão trancada que, se nós mesmos não a abrirmos, tornar-se-á quase que intransponível.

Como se nossa casa tivesse sido saqueada e o medo de que fosse arrombada de novo
não nos deixasse viver sossegados.

Visitantes cadastrados até poderiam chegar ao jardim...
Mas passar da soleira, quem disse?

E ficamos tantas vezes nos perguntando o porquê de ninguém se aproximar muito de nós
se pensamos, numa atitude de bloqueio à verdade, que estamos dando espaço para que todos nos visitem.

Fingimos não enxergar o letreiro luminoso de "passagem proibida" ou os cadeados enormes que colocamos nos portões e nos muros que erguemos ao redor de nós,
porque é duro admitir que temos medo de mais experiências depois que uma, duas, três ou mil delas não deram certo.

Mas se só as pessoas sensíveis enxergam esse bloqueio, e elas são cada vez em número menor, as não tão persistentes se afastam com medo de que soltemos os cães bravos em cima delas e as ponhamos para correr.

Assim acabamos, por comodismo, ficando com as pessoas menos perigosas; com aquelas com quem sabemos que nunca chegaremos a ter envolvimento maior, até porque sua percepção não é tão aguçada para penetrar no nosso interior.

Ficamos com aquelas com quem temos menos afinidade e pouco cumplicidade,
principalmente aquela que vem do fundo da alma, porque não queremos que ninguém invada a fortaleza inexpugnável dos nossos segredos, onde guardamos as mágoas, os ódios não passados a limpo e os amores mal sucedidos.

Não queremos saber de quem nos leia pensamentos e não pretendemos nos prender a nada, embora digamos sempre o contrário e saibamos que a falta das amarras num porto onde poderemos atracar quando estamos à deriva pode constituir uma bela teoria de liberdade, mas não nos gratifica, pois o ser humano não nasceu para ficar só.

Nós, hoje, mal ou bem podemos escolher nossos amores e amigos.
E que possamos escolher os melhores, e não os mais cômodos.

E que possamos, também, ter alguns inimigos e, entre os nossos conhecidos, pessoas incompatíveis conosco, porque são eles que nos ajudam a superar os nossos limites
e nos botam para frente, nem que seja para que lhes mostremos do que e o quanto somos capazes.

Precisamos ter histórias para contar, sejam elas com finais tristes ou felizes.
Precisamos passar por experiências que nem sempre são gratificantes, pois uma existência passada em brancas nuvens é uma existência sem frutos.

Um dia, talvez, venhamos a entender melhor os mistérios da vida e, para chegarmos a um determinado ponto, muitas vezes teremos que passar por vários obstáculos.

Talvez entendamos que precisamos nos purificar sofrendo várias provações até conseguir nossos objetivos e receber alguma recompensa.

Algumas doutrinas religiosas e filosóficas tentam explicar porque algumas pessoas sofrem e outras são poupadas e porque alguns de nós encontram suas metades e outros passem a vida inteira a procurá-las.

Mas são explicações que talvez nós leigos, não consigamos facilmente entender.
A única coisa que podemos arriscar, é que nada acontece por acaso (ou será que acontece?).

Talvez, quando sofremos, estejamos passando por um processo de purificação que nunca será entendido ou aceito por nós enquanto estivermos vivendo a experiência.

Talvez, quando procuramos alguém ou alguma coisa, estejamos nos informando; talvez, quando encontramos tanta gente incompatível conosco, é porque, de alguma maneira,
somos ou fomos as pessoas determinadas a surgir em suas vidas, seja para suportá-la, ajudá-las ou para que, através delas, aprendamos alguma lição importante: da serenidade à perseverança, da paciência à fé.

Mas, por mais que apanhemos, que nos escondamos para fugirmos da vida, de nós mesmos, dos machucados e rejeições...

Tudo passa.

O desespero nunca foi solução para nada, pois, afinal, não há mal que sempre dure
e nem bem que nunca acabe.

A vida sempre seguirá dando voltas.

Tomara que saibamos aproveitar as ascensões para levantar quem estiver próximo de nós e as quedas para aprendermos a ser humildes.

Discernimento Consciencial X Devaneios Apocalípticos

por Wagner Borges

Há muitos grupos esperando supostas mensagens dos seres do espaço (e o nome de Ashtar Sheran já virou "franquia espacial"), mas que não prestam atenção na vida que passa. É o pessoal que "viaja na maionese psíquica", sempre procurando uma fuga da realidade e usando sua suposta motivação ufológica para devaneios misticóides ou apocalípticos.

Alguns grupos esperam algum asteróide chupão para separar o joio do trigo (e eles sempre se julgam o trigo, e o resto da humanidade é o joio); outros esperam que os extraterrestres baixem por aqui só para salvar o seu grupinho do fim do mundo (ou seja, morrem de medo de morrer e se acham escolhidos de alguma coisa); e
outros citam o apocalipse bíblico ou algum outro calendário catastrófico para justificar suas profecias funestas, esquecendo do aqui e agora da vida - e qual calendário, desse ou daquele povo, poderá transformar alguém imaturo em sábio? Ou mesmo regular absolutamente o destino da humanidade, já que o tempo é relativo?

Ou seja, essas pessoas e grupos (que sempre esperam a salvação vir de fora e nunca a evolução de sua consciência por dentro, pelo próprio esforço e ampliação da lucidez e do bom senso) estão falando de catástrofes e asteróides chupões, mas não prestam atenção nos asteróides emocionais que já estão causando a destruição de sua inteligência, por dentro do universo de si mesmos, que eles nunca olham.
Sim, há diversos asteróides viajando dentro delas: são os seus pensamentos negativos, os seus devaneios egóicos de se acharem escolhidos da nova era e as suas emoções cheias de medo. A maior catástrofe já está dentro delas mesmas: não conhecem as estrelas de seu próprio universo interior. Por isso, procuram fora, tentando
preencher o vazio consciencial de dentro.

Se ocorrer alguma coisa séria no mundo, e daí? Ninguém morre mesmo!

Então, por que muitas pessoas que militam nesses estudos ficam falando de profecias mortais e não de vida e imortalidade?
A conclusão é óbvia: esse pessoal não tem certeza da própria imortalidade. Pois, se tivessem, dariam uma banana para isso tudo!
E outra coisa: paraíso e inferno são estados de consciência internos.
São portáteis: cada um carrega o seu por dentro. Logo, para qual paraíso externo alguém seria arrebatado por ETs? E os que estão com medo disso ou daquilo, já não estão no inferno de suas dúvidas e aflições?

Alguns falam que a Terra sairá de órbita, mas eles mesmos já estão fora de órbita... perdidos no espaço de si mesmos, cheios de asteróides, profecias e medos.
Outros tremem de medo de espíritos, que são desencarnados daqui mesmo, gente nossa, que apenas mora em outros planos de manifestação.

E daí eu pergunto:
- Também não teriam medo de ETs, que são gente de fora?
E pergunto mais, usando o discernimento para isso:
- Que calendário poderá mandar na minha consciência?
- Se eu não for feliz, por dentro, que ser de fora poderá me fazer
feliz?
- Seja o ET (Ashtar Sheran ou qualquer outro), o anjo, o guia espiritual, o mestre tal, o avatar da nova era, Buda ou Jesus, quem poderá viver por mim? Quem poderá passar pelas experiências que preciso para amadurecer? Quem poderá andar ou evoluir em meu lugar?

Eles podem até ajudar, iluminando nossa jornada, mas jamais caminharão por nós, nem retirarão as provas da senda, pois são elas que testam nossa têmpera e qualidade de ser.

- Se um portal de luz se abrir, mas a consciência não se abrir, por sintonia de objetivos, de que isso adiantará?

- Se a pessoa tem medo, então já há um portal aberto dentro dela mesma: é o portal do temor. Então, por que ela não fecha esse portal de dentro, em lugar de esperar algum poder superior abrir um portal luminoso por fora? E que sintonia haveria entre o seu portal medroso e o portal celeste lá de cima?

- Fala-se muito por aí em transição planetária e abertura de portais celestes. Porém, eu pergunto: transição é transformação. O ser humano está sujeito a muitas experiências e quebras de paradigmas a todo momento. Logo, cada experiência, quando acompanhada de quebra de paradigmas antigos e estagnados, já não é uma transição? E precisa de portal para isso, não basta a própria inteligência e sensibilidade?
Estamos todos nós em transição constante. Cada dia é um novo dia, cheio de oportunidades de crescimento, por aqui mesmo, na boa e velha Terra. Cada dia é um recomeço. Cada coração é um portal do Divino, pois o Todo está em tudo!

Matéria é energia condensada e energia é matéria em estado radiante.
Logo, tudo é energia em graus variados de densidade. Tudo é energia.
Ou, como os antigos iniciados herméticos ensinavam: "TUDO É LUZ!"
Portanto, alguém feliz já tem um portal aberto em si mesmo: é o portal da alegria. E se tem certeza da própria imortalidade (e de todos, também), então só aumenta o motivo dessa alegria. E portando algo assim dentro do próprio coração, como poderia ter medo do futuro, seja ele qual for? Como poderia falar de fim de alguma coisa,
sabendo que nada tem fim, nada morre?

O futuro está em aberto, sempre relativo, e depende do que fizermos no presente, pois não há efeito sem causa. O passado é absoluto, já era, não muda. Mas o amanhã está sendo construído agora mesmo, em cada pensamento que engendramos, em cada atitude que tomamos. Por isso, o momento atual é chamado de presente. Sim, é um presente mesmo, pois é nele que podemos corrigir os erros (com as lições
aprendidas do passado, jamais com auto-culpa, que prende a pessoa ao passado, jamais com medo de ser feliz) e arquitetarmos um futuro melhor, por discernimento e sentimentos melhores.

Com ou sem asteróide, com ou sem portal, com Ashtar Sheran, Buda, ou Jesus, ou sem eles, todos nós precisamos aprender muito, independentemente de qualquer causa fora de nós mesmos. Isso é básico! É óbvio! Precisamos crescer! Vamos evoluir!
Se o ET, o mestre ou guru de alguém disse isso ou aquilo, não importa! Com eles ou sem eles, precisamos crescer muito. E temos o Todo dentro de nossos corações.
Não existe raça ou ser humano escolhido por poderes celestes: todos somos irmãos; todos somos energia; todos somos luz!

Terrestre é só o corpo físico, que nasce, cresce e morre na Terra.
O espírito pertence às estrelas, de onde, talvez, venham os ETs, também nossos irmãos, pois são expressões do mesmo Todo que está tudo.
Se vem asteróide, por fora, pouco importa. Estou bem por dentro, para qualquer situação. Se o mundo vai acabar algum dia, eu não sei! Só sei que eu não acabo, nem hoje ou amanhã. Sou eterno por natureza, em espírito. Eu sei disso, e não posso provar para os outros, mas estou tranqüilo! A certeza disso em mim já me basta para não ter medo de ser feliz, aqui e agora, e amanhã também, com corpo denso ou sutil,
na Terra ou algures... sempre bem comigo mesmo, sempre lúcido na senda evolutiva, sempre com o coração e na mente abertos a tudo o que for positivo e voltado para o bem comum da humanidade como um todo.

Que alegria! Não sou guru nem discípulo de nada. Não sou escolhido de poder algum, pois carrego um monte defeitos e ainda vou errar muito por aí. Contudo, mesmo assim, já estou contente com o que o pouco de discernimento que tenho já me mostrou da vida, nesse e em outros planos. Já me basta o amor que carrego no coração.
Esse mesmo amor que move os ETs, os anjos, os mestres, os avatares e a todas as pessoas, mesmo que elas não o percebam conscientemente.
Esse mesmo amor que inspira a viver, amar, aprender, sorrir e seguir...

Paz e Luz, para todos, sem distinção de raça ou credo, terrestres e
extraterrestres, encarnados e desencarnados, pois o Todo está em tudo, e em todos.
Sejamos felizes, mesmo que os outros não entendam o porque.
Somos luz!
Na Terra, ou em qualquer outro lugar onde a vida nos colocar, não façamos por menos: somos consciências imortais. E basta saber isso para ser feliz.
Penso que é isso que uma consciência evoluída diria aos homens da Terra, seja ela chamada de Ashtar Sheran, irmão do espaço ou comandante sei lá do que...
Concluo estas reflexões, citando um ensinamento maravilhoso da sabedoria hermética, que tem servido de base para muitas coisas que penso e escrevo:
"O INEFÁVEL É INVISÍVEL AOS OLHOS DA CARNE, MAS É VISÍVEL À
INTELIGÊNCIA E AO CORACÃO."
- In Hermes Trismegistro; Antigo Egito.
(Texto publicado na revista UFO)

Dar e Receber

Venho há tempos contemplando essa questão do dar e do receber...
Sinto que ela está profundamente arraigada na mente humana, e precisa muito de contemplação e de transformação. É muito comum querermos receber mais do que estamos recebendo.

Vejo muitas pessoas reclamando "eu dou, dou e dou, e não recebo nada em troca".....Por outro lado, conheço algumas pessoas que estão sempre dando e nunca lhes falta nada, estão sempre em estado de abundância e gratidão.
Qual será o ponto de equilíbrio nisso tudo?

O que acontece é que nos baseamos no ego para fazer essa medida de quanto damos e quanto recebemos. Quando conseguimos sair disso e entramos na frequência do amor incondicional, sentimos que algo subtil e muito precioso acontece. A energia simplesmente flui, e não importa mais se damos ou se recebemos, essa noção se dissolve no amor. No fundo dar e receber são a mesma coisa, pois acontecem ao mesmo tempo.

Enquanto estou dando com uma mão, estou recebendo com a outra. Quando nos conectamos com a energia Divina, com o coração, não diferenciamos mais as duas atitudes, porque elas são partes de um só movimento, que é o movimento da entrega ao fluxo, e de saber a medida das coisas, de saber ouvir as próprias necessidades e as necessidades dos outros, sem contabilizar, sem cobrar. E entender profundamente cada momento e cada pessoa, assim como são.

Para chegarmos nisso é necessário um esforço no sentido de reconhecermos nossas tendências de comportamento socialmente criadas, as culpas que carregamos por influência da nossa educação e de todo o egoísmo e competição que a sociedade ensina. Precisamos nos corrigir, nos curar. A Cabala nos diz que o maior erro do ser humano é o desejo de receber só para si mesmo. E que temos que ser ao mesmo tempo receptores e emissores, sair do ego que quer apenas receber.

Edward Bach, médico inglês que desenvolveu o primeiro sistema de florais, ensinou que: "precisamos estar atentos principalmente ao darmos assistência aos outros, não importa quem eles sejam, para que estejamos seguros de que a vontade de ajudar advém dos desígnios do Eu Interior, e não de um falso sentido de dever a partir da persuasão de uma outra personalidade dominadora." No livro The Alchemy of the Desert, Cynthia A. Kemp Scherer, produtora dos florais do deserto, diz que se não dermos incondicionalmente, não conseguiremos receber; e que se não recebermos incondicionalmente, não podemos aceitar a abundância que o Universo tem para nós. E também que a nossa capacidade de receber está intrinsecamente relacionada com a nossa auto-estima. Podemos receber na mesma medida em que nos amamos.
Nelson Mandela escreveu algo fantástico sobre o medo que temos de nos mostrar, de nos doar para o mundo. Temos medo de nossa luz, achamos que não temos nada para contribuir. Mas temos, e muito.

Estas são considerações importantes sobre o tema, e é na vivência de cada um, na abertura do coração para o fluxo de abundância, que poderemos sentir esta gigantesca massa de energia positiva gerada a partir dessa nova consciência. O passo pode ser dado por qualquer pessoa, a qualquer hora e em qualquer situação. É só uma questão de olhar a situação de uma maneira diferente, e com generosidade, perceber que somos todos partes de um mesmo todo, e que ajudando os outros estaremos ajudando a nós mesmos, e vice-versa.

Texto da autoria de Cristiane Boog:

Amor Incondicional

Tantos tipos de amor tenho visto por aí.
Amores fracos, desnutridos de coragem; amores fortes, que atravessam muitas barreiras, mas que em certo momento tropeçam numa pequena pedra, caem e não conseguem mais se levantar.

De tantos e todos os tipos de amor que conheci, houve um que jamais esquecerei: o amor incondicional, aquele que existe apesar de, e que atravessa qualquer tipo de tempestade, tropeça em muitos obstáculos e mesmo assim não deixa de existir; não altera a sua rota, não diminui a sua dimensão, não perde o seu peso, não permite que o seu brilho seja ofuscado.

Só ama incondicionalmente quem é possuidor de uma alma grande, e esse tipo de alma normalmente é acompanhada de um espírito de luz.
Amar assim é não viver subjugado a "mas..." e "poréns...", é não ter critérios para doar esse amor, é não exigir troca e abrir mão de reciprocidade.
Quando se ama incondicionalmente tem um espaço dentro do cérebro que fica reservado em definitivo para que nas vinte e quatro horas do dia o pensamento não se afaste do objeto desse amor.

Já no coração, não existe um espaço designado para guardá-lo, porque ele é todo esse amor, vivenciado e sentido enquanto ele bater.
Amor incondicional não tem orgulho de nenhuma espécie.
Não se envaidece de sua capacidade, nem de sua força, não tem necessidade de alardear a sua existência, nem demonstrar o seu imenso universo, ele é simplesmente um amor humilde, puro e despretensioso e justo por isso se torna grandioso.

Corações que vivem esse tipo de amor, são generosos, eternos, mesmo depois que param de bater, são sublimes e por isso conseguem guardar dentro deles tanta ternura.
Amor incondicional não faz de conta que é, não se obriga a desistir de si mesmo, não precisa viver de fantasias, nem andar travestido de ilusões para prosseguir o seu caminho.

Esse amor do qual estou falando é por si só inteiro, não agoniza e muitas vezes inexiste aos olhos dos outros, mas quem ama incondicionalmente, sabe a receita exata de como vivê-lo sem dores.
Felizes daqueles que despertam essa maneira de amar em alguém, esses sim, têm motivos de sobra para se orgulhar por terem conseguido atingir de forma tão especial um coração carregado do mais puro dos sentimentos.

Amor se torna incondicional quando ele já se acomodou dentro do peito, já se conformou com a estrada que terá que percorrer e já não há mais possibilidade de derrapar em nenhuma curva desse caminho, nem ser atropelado por qualquer dúvida.
É quando também, o que ficou para trás já não importa e o que está por vir não vai mudar nada.

O amor incondicional é aquele que doa o melhor de si, mesmo que esteja recebendo o pior de alguém, porque ele não depende de ser querido, nem de ser aceito e não esmorece se for ignorado.
Esse amor é daqueles amores que no passado já sangraram muito, latejaram, abriram enormes feridas, mas que ainda assim não deixaram marcas nem cicatrizes, porque a partir daí, resplandeceram e passaram a viver em eterno estado de graça até o instante que se eternizaram.

O amor incondicional não corre atrás de sonhos impossíveis, não precisa disso.
Ele já é maduro, há muito deixou de ser adolescente, e envelhecer também não está nos seus planos, porque o amor que se torna velho, é um amor cansado, desgastado, exaurido.

Já o incondicional é e sempre será, ativo, independente, coerente, auto-suficiente, porque se reserva o direito de ser solitário e ainda assim completo e realizado, porque reside nele a certeza de sua inocência, pureza e sinceridade.

Existe um encontro marcado entre o amor incondicional, a glória e o esplendor em algum canto do mundo, em algum instante da vida ou em algum momento após a morte, mas ele não conta os dias para isso, nem sequer consulta o relógio, embora para ele, o momento desse encontro seja a grande magia da sua existência.
Amor incondicional é de uma elegância imensurável, de uma postura invejável e de uma personalidade única.

Felizes daqueles que são merecedores de serem amados incondicionalmente e mais felizes ainda, aqueles que se permitem amar assim, porque são eles os grandes heróis da vida.
Infelizes daqueles que não conseguem perceber quando despertam esse tipo de amor, que não têm a sensibilidade de sentí-lo ao seu redor e valorizá-lo independente do que podem oferecer a ele.

Amar incondicionalmente é uma arte.
Ser amado assim, um presente divino.

Anne Parker