Além do horizonte, existem outros mundos a serem descobertos.
Lá, folhas não caem, elas flutuam.
Lá, o meio de transporte são pássaros que vem até você e com o suspiro de seu amor, neste mundo todos andam de mãos dadas lá é aonde a harmonia toma conta da natureza de todas as espécies viventes.
Lá, não colhemos flores, mas as flores colhem a gente.
Chegou o tempo de despertar e acreditar que esta vida vale apena ser vivida.
-Rhenan Carvalho-

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Por Detrás das Máscaras



As pessoas representam diversos papéis em cada encarnação, em cada experiência na fisicalidade. Muitos são protagonistas, outros coadjuvantes, outros tantos antagonistas. São espíritos vivendo e agindo de acordo com o que foi estabelecido para sua vinda neste planeta. Mas são todos papéis deste grande teatro chamado 3D. E de fato, de uma vista mais distante, tudo ainda assim é apenas um ensaio para as experiências superiores.

Todavia, a maioria dos atores se esquecem de que estão num espetáculo, se esquecem de que cedo ou tarde, a temporada irá acabar, e terão que se preparar para outras histórias e experiências. Isso obviamente, ao passo que ajuda a se ter uma vivência mais expressiva, sem precisar analisar ou remoer lembranças de outras vidas, também se torna prejudicial, já que o esquecimento faz com os atores se confundam com seus papéis e percam a noção da realidade. O esquecimento então é uma faca de dois gumes.

Mas o roteiro geral também não ajuda muito na percepção sobre o espetáculo, uma vez que cria de forma arbitrária incontáveis processos mentais induzidos, que fazem dos atores apenas peões, sem capacidade de improvisação ou verdadeira expressão artística. Vemos isso em forma, por exemplo, dos padrões comportamentais, culturais e sociais, que aprisionam o talento de cada ator, impedindo-o de ser tudo aquilo que poderia ser.

Um desses padrões pode ser encontrado na limitação afetiva dos atores. As máscaras ganham importância absurda e o amor como escolha acaba sendo esquecido, totalmente riscado do roteiro original, dando lugar ao conforto estético como forma de expressar algo parecido com tal sentimento, todavia totalmente artificial. Assim sendo, os atores do espetáculo deixam de amar por escolha e amam apenas por associação.

Aqueles cujas máscaras são de mesma origem são amados por conveniência e conforto; aqueles cujas máscaras são caras e adornadas são amados com segundas intenções; aqueles cujas máscaras se enquadram no padrão de beleza pré-determinado pelo roteiro geral são amados por atração sensorial. Todas as outras máscaras são negligenciadas ou odiadas por não se enquandrarem nestas categorias acima, não importa quem são os atores por detrás das mesmas.

E por detrás das máscaras todos são belos e cheios de luz. Mas esta beleza não segue nenhum padrão, bastando-se apenas pela verdade de ser o que é, e desta forma todos conseguem enxergar sua beleza.

A Falsa Beleza

Então, querido leitor, as desculpas para amarmos alguém estão limitadas justamente pelos condicionamentos que recebemos desde que nascemos. Amamos não por escolher amar, mas por associação com os padrões determinados pela sociedade.

Aqui falaremos do padrão estético das máscaras que usamos na forma de seres humanos, e que para qualquer pessoa um pouco mais atenta, soa como completa bobagem limitante da experiência física.

Obviamente quando vestimos estes corpos e ficamos dependentes dos nossos computadores pessoais, nossas mentes, tendemos a seguir a natureza de nossos veículos corporais, já existentes de alguma forma na programação também celular. Então, isso não é algo que devemos considerar ruim. Todavia devemos entender o porquê disso.

Sendo um homem, é lógico que sinto atração por mulheres de determinado tipo, determinada beleza. Todavia isso não é amor, é atração, é química, não tem a ver com escolha, tem a ver com essa programação celular que este veículo, este corpo comporta. Além desta programação celular, há também a programação mental, uma vez que desde o nascimento fui programado pela Matrix para admitir determinado tipo de aparência como belo e outro tipo, como feio.

Contudo, esta programação só pode perdurar se assim você quiser. A partir do momento que se tem noção de que a maioria dos seus pensamentos não vêm exatamente de você, fica muito mais fácil compreender que o modo como vemos o mundo é o modo como querem que nós vemos o mesmo. Então, a partir disso tudo o que você vê como belo ou feio é algo referente apenas a você.


O feio em você é o feio dentro de mim.

Deste modo, não se deve amar alguém por sua aparência, não se deve amar alguém exigindo algo em troca, não se deve amar alguém por conveniência. Este é um amor falso, um sentimento disfarçado que por sua qualidade inconsciente só causará dor e tristeza quando por fim mostrar sua verdadeira face.

Isso então quer dizer que não posso sentir atração por pessoas que considero bonitas? Claro que pode. Isso é atração, é algo físico, algo compatível com seu direcionamento mental e instintivo. Algo completamente natural do ser humano, da experiência física. Mas isso não deve se tornar um ponto de referência para o que é passível de ser amado. Atração é atração, amor é algo muito maior.

Amar incondicionalmente é amar o que está além das máscaras, dos condicionamentos, dos padrões sociais e pessoais de beleza. Amor de verdade não enxerga o óbvio, enxerga o divino em cada um. Não enxerga rostos, enxerga luz.

Aprenda a Enxergar por Detrás das Máscaras

Sim, lá vem o Ego entrando na conversa. De fato, o amor por conveniência ou por atração física, além de falso, é um produto exclusivo do Ego que só consegue enxergar com os olhos e analisar com a racionalidade. Assim sendo, é ele quem limita a maneira como você consegue associar um sentimento positivo a alguém. Costuma pesar os prós e contras, mesmo quando a simplicidade da escolha de amar se faz presente.

Procura beleza, roupa bonita, status social, fama, confiança, postura e tantos outros pré-requisitos que o ato em si, já é uma grande perda de tempo; quando este poderia já estar sendo usado para confraternizar com determinada pessoa interessante. Não falo agora de atração física, falo de aproximação experencial.

A atração física é uma necessídade egóica, natural da experiência humana. Mas a aproximação experencial é a confraternização sincera de espíritos em forma de seres humanos. É algo ao qual damos o nome de amizade. A amizade verdadeira não vê aparência, inteligência ou posição social. Ela é auto-sustentável.

Todavia, mesmo algo tão simples ainda assim não é considerado pela maioria das pessoas. Pois os pré-requisitos para uma aproximação e interação entre pessoas também estão presentes. Então, assim como temos o falso amor em forma de atração física, temos o falso amor em forma de conveniência social. É preciso colocar abaixo todas essas limitações. Nada disso tem utilidade em seu desenvolvimento pessoal. Sinta atração (sexual ou comportamental) por algumas pessoas, mas ame todas as outras.

Por isso, querido leitor, não escolha amar apenas aqueles que lhe agradam aos olhos ou ao Ego. Lembre-se de que todo manjar vira bosta.

Fonte:http//particulasdafonte.blogspot.com

Em busca do amor

Em plena juventude, como fruto verde que aguarda a primavera, esperei intensamente pelo amor.

Todas as manhãs, abria a janela de minha alma e esperava que o novo dia me trouxesse o amor.

E porque ele tardasse a chegar, fechei as portas e janelas, selei os portões e saí pelo mundo.

Andei por caminhos inúmeros e estradas solitárias. Por vezes, ouvia o cortejo do amor que passava ao longe. Corria e o que conseguia ver era somente corações em festa, risos de alegria. O amor passara e eu continuava só.

Algumas noites, chegando às cidades com suas mil luzes piscando vida, ousava olhar para dentro dos recintos. Via mães acalentando filhos, cantando doces canções de ninar; casais trocando juras; crianças dividindo brincadeiras entre risos e folguedos.

Em todos estava o amor. Somente eu prosseguia solitário e triste.

Depois de muito vagar, tendo enfrentado dezenas de invernos, resolvi retornar.

De longe, pude sentir o perfume dos lírios. Quando me aproximei, pude ver o jardim saudando-me.

Você voltou! – Falaram as rosas, dobrando as hastes à minha passagem.

Seja bem vindo! – Disseram as margaridas, agitando as corolas brancas.

É bom tê-lo de volta. – Saudaram os girassóis, mostrando suas coroas douradas.

Tanto tempo havia se passado e, de uma forma mágica, os jardins estavam impecáveis. As cores bem distribuídas formavam arabescos na paisagem.

Uma emoção me invadiu a alma. Abri as portas e janelas do meu ser. Debruçado à janela da velhice, fitando a ponte que me levará para além desta dimensão, o amor passa por minha porta.

Apressadamente, coloco flores de laranjeira na casa do meu coração. Atapeto o chão para que ele entre, iluminando a escuridão da minha soledade.

Tremo de ternura. Já não sofro desejo, nem aflição.

Os olhos felizes do amor fitam os meus olhos quase apagados, reacendendo neles a luz que volta a brilhar.

Há tanta beleza no amor que me emociono.

Superado o egoísmo, não lhe peço que entre e domine o meu coração rejuvenescido.

Em razão disso, agora que descubro de verdade o que é o amor, não o retenho. Deixo-o seguir porque amando, já não peço nada. Agora posso me doar aos que vêm atrás, em abandono e solidão.

Aprendi a amar.



Feliz é a criatura que descobriu que o melhor da vida é amar.

Feliz o que leu e entendeu o cântico do pobre de Assis: É dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, é melhor amar que ser amado.

Por ser de essência Divina, o amor supre na criatura todas as suas necessidades e a torna feliz, mesmo em meio às dificuldades, lutas e tristezas.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. LVII, do livro Estesia, pelo Espírito Rabindranath Tagore, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.