Além do horizonte, existem outros mundos a serem descobertos.
Lá, folhas não caem, elas flutuam.
Lá, o meio de transporte são pássaros que vem até você e com o suspiro de seu amor, neste mundo todos andam de mãos dadas lá é aonde a harmonia toma conta da natureza de todas as espécies viventes.
Lá, não colhemos flores, mas as flores colhem a gente.
Chegou o tempo de despertar e acreditar que esta vida vale apena ser vivida.
-Rhenan Carvalho-

sábado, 28 de maio de 2011

Creio...

CREIO que a este mundo ninguém veio
Para ser feliz somente ou a passeio,
Ou para diante dos problemas ser alheio.

CREIO que ninguém nasceu quando aqui chegou,
Que muito antes disso Deus já nos criou,
Nos milênios idos que o tempo apagou.

CREIO num progresso lento, demorado,
Num duro e sofrido aprendizado,
Onde o mau aluno é reprovado.

CREIO numa enorme família universal,
Na qual está inserida cada família carnal,
Onde aprendemos o bem extinguindo o mal.

CREIO que céu e inferno não são locais determinados,
Mas sim que nossas almas produzam tais estados
De acordo com hábitos corretos ou desregrados.

CREIO que ninguém tenha sido criado a outros superior,
Pois sendo Deus perfeito e justo Criador,
Exige de todos igualmente, esforço próprio e muito ardor.

CREIO, enfim, que na origem sejamos bem iguais,
Que ninguém é menos e ninguém é mais,
Pois sendo Deus tão justo, criaria desiguais?

-Oswaldo Nigro-

sexta-feira, 27 de maio de 2011

As forças do amanhã

Ninguém vive só.
Nossa alma é sempre núcleo de influência para os demais.
Nossos atos possuem linguagem positiva.
Nossas palavras influenciam à distância.
Achamo-nos magneticamente associados uns aos outros.
Ações e reações caracterizam-nos a marcha.
Assim, é necessário saber que espécie de forças projetamos naqueles que nos cercam.
Nossa conduta é um livro aberto que denuncia nossa condição interior.
Muitos de nossos gestos insignificantes alcançam o próximo, gerando inesperadas resoluções.
Quantas frases, aparentemente inexpressivas, que saem da nossa boca e estabelecem grandes acontecimentos.
A cada dia emitimos sugestões para o bem ou para o mal.
Dirigentes arrastam dirigidos.
Administrados inspiram administradores.
Qual caminho nossa atitude está indicando?
Um pouco de fermento leveda toda a massa.
Não dispomos de recursos para analisar a extensão de nossa influência, mas podemos examinar-lhe a qualidade essencial.
Cuidado, pois, com o alimento invisível que você fornece às vidas que o rodeiam.
Em momentos de indignação, uma palavra mal colocada pode ser o estopim para induzir o próximo ao cometimento de desatinos de conseqüências irreversíveis.
Um comentário maldoso talvez se multiplique ao infinito, causando na vida alheia dores e humilhações intensas.
O pai que não cumpre os compromissos assumidos com os filhos pode suscitar neles a idéia de que não é importante manter a palavra dada.
Esse exemplo negativo pode multiplicar-se por gerações.
O chefe que não assume a responsabilidade pela orientação que dá aos subordinados instala a desconfiança em sua equipe.
Em momentos de crise, a ausência de coesão no ambiente de trabalho pode levar uma empresa à falência, em prejuízo de toda a coletividade.
Por outro lado, comentar as virtudes de alguém que cometeu um pequeno deslize talvez faça cessar a maledicência.
Em momentos de distúrbio, quem consegue manter o equilíbrio e a paz, exteriorizando isso mediante atos e palavras, faz murchar a insânia dos demais.
Não raro tal conduta provoca um generalizado constrangimento, pela imediata e coletiva percepção do equívoco em que se incidia.
Não há nada como a grandeza alheia para fazer o homem perceber sua própria pequenez.
Defender corajosamente os mais fracos quiçá tenha o condão de motivar outras pessoas a também protegerem os desvalidos.
Manter-se honesto e íntegro, mesmo em face das maiores tentações, talvez seduza outros para a causa do bem.
A visão da generosidade em franca atividade é um grande consolo, em um mundo onde o egoísmo grassa.
Por se afigurar admirável a prática de virtudes, há tendência de alguém genuinamente virtuoso ser admirado e imitado.
Nosso destino se desdobra em correntes de fluxo e refluxo.
As forças que exteriorizamos hoje, potencializadas pelos atos que inspiramos, voltarão a nossa vida amanhã.
Desse modo, nunca é demais prestar atenção no testemunho que damos. Será nossa presença um fator de equilíbrio no mundo?
Por força da Lei de Causa e Efeito, que opera no Universo, recebemos o que damos.
Se desejamos paz, compreensão e conforto, devemos oferecê-los ao próximo, por meio de nossos sentimentos, atos e palavras.
Pensemos nisso.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no capítulo XIII do livro Segue-me!..., do Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. O Clarim.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Amor sem correntes


Em seu livro O profeta, Kalil Gibran fala do matrimônio com grande sabedoria.
Vamos comentar algumas frases a fim de retirar delas ensinamentos úteis.
Referindo-se ao casal, diz Gibran: Amai-vos um ao outro, mas não façais do amor um grilhão.
Desconhecendo ou ignorando esta importante orientação, muitos casais transformam o amor em verdadeiras cadeias para ambas as partes.
O amor deve ser espontâneo. Não pode ser motivo de brigas e exigências descabidas.
O amor compreende. Não deve se constituir em grilhões que prendem e infelicitam.
Por vezes, em nome do amor, nós queremos que nosso companheiro ou companheira faça somente o que desejamos.
Só corta o cabelo quando permitimos. Só pode usar as roupas que aprovamos. Só sai se for em nossa companhia e não pode violar as regras estabelecidas pelo nosso egoísmo, para evitar brigas.
Isso não é amor, é prisão.
Amar sem escravizar, eis o grande desafio.
E o profeta aconselha:
Dai de vosso pão um ao outro, mas não comais do mesmo pedaço.
Isto significa dizer que devemos compartilhar, ser gentil, dar do nosso pedaço, mas sem exigir nada em troca.
É comum depois da gentileza vir a cobrança. Fazemos um favor e esperamos logo alguma recompensa. Pretendemos tirar alguma vantagem.
Dividir o pão, sim, mas não comer do mesmo pedaço. Isso quer dizer deixar ao outro o direito que lhe cabe do pedaço.
E Gibran continua: Cantai e dançai juntos, e sede alegres, mas deixai cada um de vós estar sozinho.
É importante compartilhar, mas saber respeitar a individualidade um do outro, sem invadir a intimidade da pessoa amada.
Há pessoas que, se pudessem, controlariam até mesmo o pensamento do seu par, a ponto de torná-lo a sua própria sombra.
Isso não é amor, é extremado desejo de posse.
Mais uma vez Kalil Gibran aconselha: Vivei juntos, mas não vos aconchegueis em demasia, pois as colunas do templo erguem-se separadamente, e o carvalho e o cipreste não crescem à sombra um do outro.
Grande ensinamento podemos retirar daí, pois a comparação é perfeita.
Viver juntos, mas cada um respeitar o espaço do outro.
O lar é um templo que deve ser sustentado por duas colunas: cada uma na sua posição para que realmente haja apoio.
Se as colunas se aconchegam em demasia, o templo pode desabar. Por isso o profeta recomenda: Vivei juntos mas não vos aconchegueis em demasia.
O amor tem por objetivo a união e não a fusão dos seres. Não se pode querer viver a vida do outro, controlar os gostos e até mesmo os desgostos da pessoa com quem nos casamos.
É preciso que cada um cresça e permita o crescimento do outro, sem fazer sombra um para o outro.
Se os casais observassem esses pequenos mas eficientes conselhos, certamente teriam uma convivência mais harmônica e mais agradável.

O verdadeiro amor é aquele que compreende, perdoa, renuncia.
Em nome do amor devemos estender a mão para oferecer apoio e não para acorrentar.
Quem ama propicia segurança, confiança e afeto.
Lembre-se de que a pessoa com quem você convive não lhe pertence. É uma alma em busca do próprio aperfeiçoamento, tanto quanto você.
Lembre-se também que beijos e abraços só têm valor se não forem cobrados.
E, por fim, guarde a recomendação:

Amai-vos um ao outro, mas não façais do amor um grilhão.

Autor:
Redação do Momento Espírita com base em palestra proferida por Raul Teixeira e no cap. O matrimônio, do livro O profeta, de Gibran Kalil Gibran, ed. Acigi. Disponível no CD Momento Espírita, v. 5, ed. Fep.