Além do horizonte, existem outros mundos a serem descobertos.
Lá, folhas não caem, elas flutuam.
Lá, o meio de transporte são pássaros que vem até você e com o suspiro de seu amor, neste mundo todos andam de mãos dadas lá é aonde a harmonia toma conta da natureza de todas as espécies viventes.
Lá, não colhemos flores, mas as flores colhem a gente.
Chegou o tempo de despertar e acreditar que esta vida vale apena ser vivida.
-Rhenan Carvalho-

sábado, 22 de outubro de 2011

Para o resto de nossas vidas

Existem coisas pequenas e grandes, coisas que levaremos para o resto de nossas vidas.
Talvez sejam poucas, quem sabe sejam muitas, depende de cada um, depende da vida que cada um de nós levou.
Levaremos lembranças, coisas que sempre serão inesquecíveis para nós,coisas que nos marcarão, que mexerão com a nossa existência em algum instante.
Provavelmente, iremos pela vida a fora colecionando essas coisas,colocando em ordem de grandeza cada detalhe que nos foi importante,cada momento que interferiu nos nossos dias, que deixou marcas,cada instante que foi cravado no nosso peito como uma tatuagem.
Marcas, isso... serão marcas, umas mais profundas, outras superficiais porém com algum significado também.
Serão detalhes que guardaremos dentro de nós e que se contarmos para terceiros talvez não tenha a menor importância pois só nós saberemos o quanto foi incrível vivê-los.
Poderá ser uma música, quem sabe um livro, talvez uma poesia, uma carta, um e-mail,
uma viagem, uma frase que alguém tenha nos dito num momento certo.
Poderá ser um raiar de sol, um buquê de flores que se recebeu, um cartão de natal,
uma palavra amiga num momento preciso.
Talvez venha a ser um sentimento que foi abandonado, uma decepção, a perda de
alguém querido, um certo encontro casual, um desencontro proposital.
Quem sabe uma amizade incomparável, um sonho que foi alcançado após muita luta, um que deixou de exisitir por puro fracasso.
Pode ser simplesmente um instante, um olhar, um sorriso, um perfume, um beijo.
Para o resto de nossas vidas, levaremos pessoas guardadas dentro de nós.
Umas porque nos dedicaram um carinho enorme, outras porque foram objeto do nosso amor, ainda outras por terem nos magoado profundamente,quem sabe haverá algumas que deixarão marcas profundas por terem sido tão rápidas em nossas vidas e terem conseguido ainda assim plantar dentro de nós tanta coisa boa.
Lá na frente, é que poderemos realmente saber a qualidade de vida que tivemos, a quantidade de marcas que conseguimos carregar conosco e a riqueza que cada uma delas guardou dentro de si.
Bem lá na frente, é que poderemos avaliar do que exatamente foi feita a nossa vida, se de amor ou de rancor, se de alegrias ou tristezas, se de vitórias ou derrotas, se de ilusões ou realidades.
Pensem sempre que hoje é só o começo de tudo, que se houver algo errado ainda está em tempo de ser mudado e que o resto de nossas vidas de certa forma ainda está em nossas mãos.
-autoria desconhecida-

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Difícil problema

Um grande sábio possuía três filhos jovens, inteligentes e consagrados à sabedoria. Em certa manhã, eles altercavam a propósito do obstáculo mais difícil de vencer no grande caminho da vida.

No auge da discussão, prevendo talvez conseqüências desagradáveis, o genitor benevolente chamou-os a si e confiou-lhes curiosa tarefa: Iriam os três ao palácio governante, conduzindo algumas dádivas que muito lhes honraria o espírito de cordialidade e gentileza.

O primeiro seria o portador de rico vaso de argila preciosa.
O segundo levaria uma corça rara.
O terceiro transportaria um bolo primoroso da família.

O trio fraterno recebeu a missão com entusiástica promessa de serviço para a pequena viagem de três milhas; no entanto, a meio do caminho, principiaram a discutir.

O depositário do vaso não concordou com a maneira pela qual o irmão puxava a corça delicada, e o responsável pelo animal dava instruções ao carregador do bolo, a fim de que não tropeçasse, perdendo o manjar: este último aconselhava o portador do vaso valioso, para que não caísse.

O pequeno séqüito seguia, estrada afora, dificilmente, entretanto cada viajante permanecia atento a obrigações que diziam respeito aos outros, através de observações acaloradas e incessantes.

Em dado momento, o irmão que conduzia o animalzinho, a fim de consertar a posição da peça de argila nos braços do companheiro, e o vaso, com as inquietações de ambos, escorrega, de súbito, para espatifar-se no cascalho poeirento. Com o choque, o distraído orientador da corça perde o governo do animal, que foge espantado, abrigando-se em floresta próxima.

O carregador do bolo avança para sustar-lhe a fuga, internando-se pelo mato a dentro, e o conteúdo de prateada bandeja se perde totalmente no chão. Desapontados e irritados, os três rapazes tornam à presença paterna, apresentando cada qual a sua queixa e a sua derrota.

O sábio, porém, sorriu e explicou-lhes:
- "Aproveitem o ensinamento da estrada. Se cada um de vocês estivesse vigilante na própria tarefa, não colheriam as sombras do fracasso".

"O mais intrincado problema do mundo, meus filhos, é o de cada homem cuidar dos próprios negócios, sem intrometer-se nas atividades alheias. Enquanto cogitamos de responsabilidades que competem aos outros, as nossas viverão esquecidas".

autoria não citada

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Por onde anda a minha alma?

Como saber por onde anda a minha ALMA, se estou sempre com pressa e presa a tantos compromissos?

Somos seres que vivemos inebriados pela ação, intoxicados pelo tempo, preenchido em constante atividade, pressão, agitação...

Parar e pensar em ALMA???

Tá louco???

Onde poderia me levar momentos de passividade e quietude com tanta coisa que tenho para pensar, fazer, resolver?

Exatamente ao encontro de nossa ALMA.

O silêncio depois do barulho, a reflexão depois do movimento, a paz depois da agitação é altamente importante, vital e benéfica.

Quem de nós realiza serenamente a maioria de nossas tarefas?

Estamos fazendo aqui, pensando no que faremos ali, daqui há 1 hora, logo mais, o dia seguinte, a semana que vem.....

Ufa!! Quem aguenta?

Oprimidos pela realidade do tempo, não percebemos a vida, por debaixo da vida.

Preocupados em nos servir da autocultura intelectual desprezamos a vida contemplativa e espiritual, como se a primeira nos bastasse.

Sim, é claro que agrada a mentalidade materialista, que ainda vê as experiências espirituais como desperdício de tempo.

Ainda alguns relegam devotos da passividade, ao asilo da esquisitice, do embuste, da insanidade mental.

Pois é exatamente neste asilo da quietude que nos encontramos com a nossa verdadeira face.

Onde somos apresentados ao nosso maior companheiro de jornada. Aquele que nos dá o alimento espiritual, a paz e as respostas as nossas indagações.


A realidade se esquiva, em busca de uma simples posse, nas conquistas materiais, no ter, e ter e ter ainda mais, e nos distancia cada vez mais desse encontro profundo da divindade do nosso EU.

Somos pobres peregrinos, desperdiçando nossa preciosa existência nesta vida, perseguindo um poder que os olhos possam contemplar, e não nos damos conta que é através do que não tocamos, nem cheiramos, nem vemos ou ouvimos que se encontra a riqueza que buscamos.

A busca do sagrado, do profundo, do eterno...

No silêncio de nossa ALMA, bebemos o elixir da sabedoria e saboreamos o néctar da verdade da vida.

Acalmar o pensamento e tentar superar a tendência excessiva ao materialismo, são passos decisivos na direção de um encontro efetivo com o nosso âmago companheiro.

...é por aí que anda a nossa ALMA!!

por Silvana Giudice

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Intimidade



Houve um tempo, crianças, em que a gente não falava de sexo como quem fala de um pedaço de torta. Ninguém dizia Fulano comeu Beltrana, assim, com essa vulgaridade. Nada disso. Fulano tinha dormido com ela. Era este o verbo. O que os dois tinham feito antes de dormir, ou ao acordar, ficava subentendido. A informação era esta, dormiram juntos, ponto. Mesmo que eles não tivessem pregado o olho nem por um instante.

Lembrei desta expressão ao assistir Encontros e Desencontros. No filme, Bill Murray e Scarlett Johansson fazem o papel de dois americanos que hospedam-se no mesmo hotel em Tóquio e têm em comum a insônia e o estranhamento: estão perdidos no fuso horário, na cultura, no idioma, e precisando com urgência encontrar a si mesmos. Cruzam-se no bar. Gostam-se. Ajudam-se. E acabam dormindo juntos. Dormindo mesmo. Zzzzzzzzzzz.

A cena mostra ambos deitados na mesma cama, vestidos, conversando, quando começam a apagar lentamente, vencidos pelo cansaço. Antes de sucumbir ao mundo dos sonhos, ele ainda tem o impulso de tocar nela, que está ao seu lado, em posição fetal. Pousa, então, a mão no pé dela, que está descalço. E assim ficam os dois, de olhos fechados, capturados pelo sono, numa intimidade raramente mostrada no cinema.

Hoje, se você perguntar para qualquer pré-adolescente o que significa se divertir, ele dirá que é beijar muito. Fazer campeonato de quem pega mais. Beijar quatro, sete, treze. Quebram o próprio recorde e voltam pra casa sentindo um vazio estúpido, porque continuam sem a menor idéia do que seja um encontro de verdade, reconhecer-se em outra pessoa, amar alguém instintivamente, sem planejamento. Estão todos perdidos em Tóquio.

Intimidade é coisa rara e prescinde de instruções. As revistas podem até fazer testes do tipo: “descubra se vocês são íntimos, marque um xis na resposta certa”, mas nem perca seu tempo, a intimidade não se presta a fórmulas, não está relacionada a tempo de convívio, é muito mais uma comunhão instantânea e inexplicável. Intimidade é você se sentir tão à vontade com outra pessoa como se estivesse sozinho. É não precisar contemporizar, atuar, seduzir. É conseguir ir pra cama sem escovar os dentes, é esquecer de fechar as janelas, é compartilhar com alguém um estado de inconsciência. Dormir juntos é muito mais íntimo que sexo.

Martha Medeiros