Além do horizonte, existem outros mundos a serem descobertos.
Lá, folhas não caem, elas flutuam.
Lá, o meio de transporte são pássaros que vem até você e com o suspiro de seu amor, neste mundo todos andam de mãos dadas lá é aonde a harmonia toma conta da natureza de todas as espécies viventes.
Lá, não colhemos flores, mas as flores colhem a gente.
Chegou o tempo de despertar e acreditar que esta vida vale apena ser vivida.
-Rhenan Carvalho-

sábado, 5 de janeiro de 2013

Chama divina

Quem de nós já não se sentiu perdido, sem saber que caminho tomar, sem saber o que decidir?
Importante é não pensar; é respirar e sentir, sentir a chama que arde e brilha em todo lugar, em todos nós.
É Deus a chama iluminada que está presente em tudo que nos rodeia, na natureza, na vida.
Brilha no vento que sopra e carrega todas as nossas incertezas.
Ressurge no sol que nos aquece e nos envolve, sublime, quente, presente. Brilha no riso, no choro contido, que expulsa o não saber como.
Brilha no olhar de quem você vê e no olhar que se esconde. Ilumina sua passagem e nela apresenta, no canto dos pássaros, na correnteza da água, a marca de sua presença.
Nunca deixe que a tristeza se apodere de você.
Enxergue e deixe fluir, como um rio que passa e carrega, levando para longe, o que você não quer mais.
Esteja certo que, como numa corrente de oração, a chama divina banhará seus pensamentos como uma cascata iluminada, energizando-o, mostrando seu poder.

-Desconheço a autoria-

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Ciclos da Vida

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final.Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário,perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos, não importa o nome que damos.

Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais?
Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?

Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu.
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas,que eram tão importantes e sólidas em sua vida,serem subitamente transformadas em pó.

Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: você,seus pais, seu marido ou sua esposa,seus amigos, seus filhos, sua irmã...Todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante,e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado,nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará:não podemos ser eternamente meninos,adolescentes tardios,filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora.

Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!)destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível do que está acontecendo em nosso coração, e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.

Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas. Portanto, às vezes ganhamos e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu génio, que entendam seu amor.

Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda:isso lhe estará apenas envenenando e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar,decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".

Antes de começar um capítulo novo é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará.
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo,sem aquela pessoa...Nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos.
Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba. Mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.
Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.
(não citada a autoria)

Correndo atrás do rabo


Procurar a felicidade eterna é a melhor maneira de ser infeliz.
Não temos obrigação de ser felizes nem fomos colocados no mundo para alegrar os outros.Nascemos para ser nós mesmos - a tarefa mais difícil de todas. Nos privamos do direito à tristeza. Ao menor sinal de sua presença, nos entupimos de antidepressivos, como se momentos de introspecção fossem doença e o padrão normal fosse vivermos imersos numa comédia romântica infindável. Pior: fosse essa capacidade a medida de nosso êxito. Mas o êxito só pode ser medido pela aptidão de abraçar nossas idiossincrasias, de lidar com o que não gostamos ou entendemos em nós - nosso maior êxito é ter coragem de assumir quem somos e deixar de imitar condutas incutidas e socialmente aceitáveis.

Homens choram, sim.Mulheres, mesmo nos dias de hoje, podem ser meigas.
Estar sempre preparado para o ataque é tarefa de guepardos, não nossa.
Alegria incessante é função de apresentadores de TV.

Precisamos, com urgência, relaxar e aceitar que "Um dia de chuva é tão belo quanto um dia de sol/ Ambos existem; cada um como é" (Alberto Caeiro). Só assim respiraremos tranqüilos, sem nos sentirmos fracassados, diante de uma melancolia corriqueira. Para parar de ter medo do bicho-papão que mora embaixo da cama, é preciso olhar para debaixo dela: medos só perdem a força quando são firmemente encarados.

Cerceamos a vida de maneira letal ao exigir extrair prazer de tudo o que nos cerca: a comida deve ser orgásmica; o cinema, brilhante; o amor, estelar. Incutimos até num pedaço de bolo a obrigação de nos inundar de prazer. E essa busca demente da felicidade se torna demoníaca porque traz consigo a massacrante sensação de derrota - nada é capaz de nos suprir de alegria, por mais esforço que façamos, porque precisamos do desalento eventual para sermos completos. Só nos contos de fadas aparecerá o herói, a mítica figura salvadora, que decretará: "Todos serão felizes para sempre", e a dor sumirá. Na vida real, somos completamente responsáveis pelo que fazemos conosco, ninguém executará a tarefa por nós.

Não conseguimos - por mais que acumulemos itens, pessoas, realizações e prêmios - sorrisos perenes e autênticos. E nos sentimos (às vezes, vagamente; outras, arrasadoramente) perdedores, fracos, largados. E então exigimos a felicidade. Clamamos por ela. Nos entorpecemos tencionando atingir o êxtase perfeito. Bebemos. Comemos. Usamos tudo o que possa alterar nosso ânimo, que ofereça uma breve promessa do paraíso, dilua a angústia. Qualquer coisa que nos deixe felizes até o dia seguinte, de onde recomeçaremos o ciclo, ignorando os motivos desse vazio incômodo que clama para que vejamos a nós mesmos.

A alegria não virá dentro das sacolas de compras, no porta-luvas do carrão novo, nas coxas durinhas da conquista da semana: essas coisas são nossa dose diária (e até necessária) de anestesia que adia encararmos o fato mais banal e amedrontador da vida: não existe bálsamo milagroso para nossa solidão intrínseca, e ela faz parte de nós tanto quanto a vontade de rir solarmente - ignorá-la é fechar a porta para tudo o que ela pode ensinar.

Ignorá-la é enterrar metade de você.

-Aillin Aleixo-