Além do horizonte, existem outros mundos a serem descobertos.
Lá, folhas não caem, elas flutuam.
Lá, o meio de transporte são pássaros que vem até você e com o suspiro de seu amor, neste mundo todos andam de mãos dadas lá é aonde a harmonia toma conta da natureza de todas as espécies viventes.
Lá, não colhemos flores, mas as flores colhem a gente.
Chegou o tempo de despertar e acreditar que esta vida vale apena ser vivida.
-Rhenan Carvalho-

domingo, 9 de dezembro de 2012

Ignorância


O conhecimento seria um bem ou um mal?
E a ignorância, benção, castigo, maléfica, benéfica?...
A mais sacrificada das aventuras humanas
 é a da busca do conhecimento.
Trata-se de uma derrota anunciada desde o início.
Mas teima-se em vivê-la.
Quem pensa saber muito não sabe nada.
Seriam, então, os que nada sabem os que mais sabem?
Aquela reflexão socrática – “eu sei que nada sei” –
Não é simples humildade,
mas confissão de derrota, de impossibilidade.
O conhecimento, pois, é o desafio em direção ao impossível.
Por mais que se saiba algo de algo,  não se sabe nada dele.
A “douta ignorância” é, de certa forma,
ter consciência disso: reconhecer que nada sabe.
Na busca do conhecimento, a tragédia do homem,
penso eu, está em descobrir a impossibilidade de saber tudo.
Isso angustia, martiriza, deprime.
Pois saber de ou poucas coisas nos leva a viver na corda bamba,
no sofrimento do nada, na incerteza, na insegurança.
O pouco que se sabe basta para cansar e desanimar.
O conhecimento tem a capacidade de,
sendo uma potência, tornar impotente o ser humano,
levando-o a descobrir os seus verdadeiros limites.
Impossível conhecer tudo de alguma coisa.
É torturante saber quase nada do muito.
É isso que estou querendo dizer:
“o conhecimento é ladrão dos sonhos
e a ignorância é a mãe que faz sonhar."
Se conhecer pouco não serve para nada,
nada conhecer leva sonhar.
Cadê meus sonhos?

Trechos da crônica: Ignorância - Cecílio Elias Netto -