Além do horizonte, existem outros mundos a serem descobertos.
Lá, folhas não caem, elas flutuam.
Lá, o meio de transporte são pássaros que vem até você e com o suspiro de seu amor, neste mundo todos andam de mãos dadas lá é aonde a harmonia toma conta da natureza de todas as espécies viventes.
Lá, não colhemos flores, mas as flores colhem a gente.
Chegou o tempo de despertar e acreditar que esta vida vale apena ser vivida.
-Rhenan Carvalho-

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Por que os acidentes acontecem?

No inicio de maio, eu sofri um acidente na rua, tive um desvio de patela, meu joelho saiu do lugar e fui ao chão. Rompi ligamentos inclusive e não foi uma coisa simples, mas poderia ser pior. Bom, foi só o que pensei na época, embora eu saiba que até os acidentes devam ser analisados , eu estava muito atarefada naquele momento e ainda por cima eu teria então que enfrentar uma cirurgia.

Na semana seguinte, uma cliente sofreu um acidente de transito. Ela estava dirigindo calmamente, à noite, quando um motoqueiro bêbado, não respeitou o farol vermelho e foi parar em cima do carro dela. Ela nem tinha o notado antes disso.

Não bastasse isso, outro caso ocorreu um pouco depois. Um homem estava andando de bicicleta numa ciclovia do Rio, nem viu nada, só se lembra que depois acordou numa cama de hospital, ficou 12 dias hospitalizado com traumatismo craniano!

Algumas pessoas podem se espantar quando tentamos analisar acidentes como qualquer outro sintoma psicossomático. Espantam-se porque acham que acidentes não tem nada a ver com sintomas, já que são imprevisíveis e externas a nós, coisas que não podemos controlar, portanto, nada temos a ver com isso. Será?

Em 1926, um psicólogo alemão já estudava esses casos e publicou o livro psicologia pratica dos acidentes e o próprio Freud sugeriu em outra obra, que tanto os acidentes, os lapsos lingüísticos e outros pequenos enganos, são de fato, intenções do nosso inconsciente.

Sim, o que eu estou dizendo é que nós buscamos esses acidentes, da mesma forma como as doenças são não desgraças, mas avisos na nossa vida. Sei que não é lá muito agradável pensar e muito menos admitir. Isso é mesmo muito difícil para a maioria das pessoas, do mesmo modo como é difícil assumir responsabilidade por tudo o que nos acontece, por toda nossa existência.

Lembro-me de um tio viúvo e sem filhos a lamentar que a pior coisa dele ter ficado sozinho, não era a solidão, mas não poder culpar a mais ninguém por nada. Pode até ser chato e até dar medo admitir, mas a verdade é que tudo o que nos acontece é responsabilidade nossa.

Podem dizer que Nao faz sentido, mas faz. Já foi provado estatisticamente, nos EUA, numa pesquisa de seis anos que, 36,4% dos acidentes acontecem com apenas 3,9% das pessoas. Isso nos diz que eram acidentes diferentes, mas sempre as mesmas pessoas. Não dá o que pensar? Em outra obra sobre psicossomática o autor deduz, que na maioria dos acidentes, está implícito um elemento intencional, ou seja, eles tem motivação inconsciente.

Admitindo que nós provocamos, de forma inconsciente, nossos acidentes, a pergunta que se faz é: por que? O acidente nos questiona, de forma súbita, o modo de a "vítima" fazer as coisas. De uma forma muito simplificada, é o nosso consciente nos mandando um aviso para corrigirmos o rumo, isso principalmente em acidentes de transito. O acidente é uma ruptura na vida do indivíduo e ao mesmo tempo um aviso doloroso e incisivo.

Como então interpretar os acidentes? Primeiro perceber que ele é um alerta, depois interpretar o nosso próprio relato do ocorrido. Geralmente ouvimos, perdi o controle, não deu tempo de brecar, eu não vi o pedestre e etc. Ficando só com as três opções acima... Eu estava andando normalmente na rua, ia apenas trocar o passo, ninguém me bateu ou me empurrou, meu joelho deslocou e aí eu caí. Minha rota, não estava errada, pois não houve colisão pra me fazer mudar de rumo. Mas eu estava fazendo muito mais coisas do que eu deveria e possivelmente, até do que daria conta, então eu literalmente desabei, não pude manter o pé no lugar. E isso me obrigou a fazer uma cirurgia e depois disso ficar 30 dias de cama, se nem dar mais do que dez passos por dia, daí, tive mesmo que pensar nesse assunto.

O outro caso foi um acidente de transito mesmo, a cliente estava na sua mão e dirigia corretamente, mas não notou o motoqueiro que praticamente se jogou em cima do carro dela. Em nossas conversas, ela mesmo descobriu e admitiu que não prestava real atenção ao que fazia da vida e às pessoas que estavam a sua volta, inclusive magoando seu parceiro e as vezes delegando a outros responsabilidades que eram suas por ser muito auto-indulgente. Agora, ela está tentando mudar isso. Como o acidente ocorreu à noite, também dei um toque pra ela prestar mais atenção a coisas do seu próprio inconsciente.

O terceiro caso é ainda mais grave, pois resultou numa concussão cerebral e aí o sistema intelectual do indivíduo foi totalmente abalado e questionado. Toda tentativa de sentar-se na posição correta provocava dores e assim ele era obrigado a se deitar. Foi-lhe tirado a capacidade de se por de pé, de se sustentar em pé e também foi tirado da cabeça e do raciocínio dessa pessoa o domínio que isso exercia até então e o paciente passou a perceber como pensar dói. E talvez, tenha aprendido que nem só com a razão pode resolver as coisas.

No entanto, me chamou a atenção outro sintoma muito curioso. O sujeito tinha sofrido um traumatismo craniano com grande edema cerebral, que por sorte, foi drenado naturalmente para o ouvido, não necessitando de posterior cirurgia. Depois de um tempo, percebi que o que realmente o incomodava era o fato de não poder ouvir direito. Pensei, o sujeito sofre o maior trauma na cabeça e não se preocupa muito com o cérebro, o objeto da atenção dele era o ouvido! Sempre reclamava que era um saco o chiado no ouvido o tempo todo. Será que ele não estava cansado de ouvir pessoas falando com ele sempre o que fazer ou não fazer? Acho que sim, ele se incomodava com as pessoas lhe dizendo sempre como agir, assim esse chiado o incomodava.

Mas ao mesmo tempo, ele tinha uma gritante preocupação com perder a função daquele ouvido e não poder escutar mais. Seu inconsciente quer a liberdade e o direito de fazer suas próprias escolhas, mas seu racional se preocupa em não poder continuar ouvindo direito as direções que seus parentes próximos lhe dão. Esse é um sério conflito. Além dos outros alertas provocados pelo acidente, ele tem também que elaborar e decidir isso.

Uma das maiores dificuldades na vida é reconhecermos, na hora, a necessidade de mudar. De modo geral, a mudança provoca medo. Mas os que forem suficientemente honestos consigo mesmos serão capazes de reconhecer, depois do acontecido, que elas estavam descontentes com o rumo de suas vidas ou ao menos tinham alguns desejos não respeitados, portanto, algo precisa ser mudado.

O que nos acontece sempre é o que nós desejamos que aconteça, seja esse desejo inconsciente ou não. A própria lei da atração, famosa hoje em dia, comprova isso.

Os acidentes nos alertam para as mudanças a serem feitas. O único problema é que, apesar de serem o inicio de uma solução, sozinhos, não resolvem nada, pois é preciso uma ação consciente do indivíduo na direção correta. É preciso ter coragem para promover as mudanças necessárias. Infelizmente nem todos enxergam assim ou não tem tanta coragem pra mudar e aí tomam para si a pecha de azarados, pois são sempre aquelas pessoas que mais "atraem" acidentes.

Rosemary Rezende - Tecnica Agrícola, Medica Veterinária, Homeopata, Terapeuta Holística. Atualmente trabalhando com Terapia Nexus, massoterapia Indiana, Numerologia Indiana, Florais e Homeopatia