Além do horizonte, existem outros mundos a serem descobertos.
Lá, folhas não caem, elas flutuam.
Lá, o meio de transporte são pássaros que vem até você e com o suspiro de seu amor, neste mundo todos andam de mãos dadas lá é aonde a harmonia toma conta da natureza de todas as espécies viventes.
Lá, não colhemos flores, mas as flores colhem a gente.
Chegou o tempo de despertar e acreditar que esta vida vale apena ser vivida.
-Rhenan Carvalho-

quinta-feira, 27 de maio de 2010

O despertador está tocando

Na Índia, os mestres sempre dizem: os problemas são despertadores que tentam acordar as pessoas para a vida. Aproveite para acordar logo, antes que o próximo despertador faça mais barulho. Pense nisso: o que essa dificuldade está querendo mostrar a você?

Problemas são avisos que a vida nos envia para corrigir algo que não estamos fazendo bem. Problemas e doenças são sinais de emergência para que possamos transformar nossas vidas. Aliás, problemas e doenças guardam muita semelhança entre si. Infelizmente, a maioria das pessoas, quando fica doente, cai num lamentável estado de prostração ou simplesmente toma remédio para tratar os sintomas em vez de fazer uma pausa para refletir sobre os avisos que essa doença está enviando. São poucos os que se perguntam: "Por que meu organismo ficou enfraquecido e permitiu que a doença o atacasse?"

Uma doença é sempre um aviso, embora muita gente não preste atenção nele.
Assim como os problemas, os sintomas vão piorando na tentativa de fazer com que você entenda o recado. No começo pode ser uma leve dor de cabeça ,um recado para que você pare e analise o que está faltando em sua vida.
Mas você não tem tempo, toma um analgésico e nem percebe direito que a dor está aumentando.

Então, a dor piora, mas você vai à acupuntura para aliviá-la e não presta atenção quando o médico diz que o tratamento é paliativo e que você precisa mudar seu estilo de vida para eliminar as causas da doença.

As doenças são recados que precisamos levar a sério, principalmente as doenças que se repetem. Dores de cabeça, alergias de pele, má digestão, todos esses distúrbios querem nos mostrar algo. Saber procurar e achar as causas deles é uma atitude muito sábia.

Nossos inimigos, da mesma forma que os problemas e as doenças, são gritos de alerta para cuidarmos de algo que não está certo em nossa vida. Quando os ouvimos com atenção, nossos inimigos podem se transformar em maravilhosas alavancas de crescimento pessoal.

Assim como as doenças e os inimigos, os problemas nos enviam avisos que precisamos aprender a decodificar. Se você tem um problema que está se repetindo em sua vida, é chegada a hora de fazer uma análise do seu significado para poder superá-lo. E tenha muito claro que, no momento em que supera um problema que o acompanha por algum tempo, uma nova pessoa nasce dentro de você.

Roberto Shinyashiki

O subconsciente

O subconsciente é uma parte da natureza, tanto universal quanto individual, onde estão armazenados todos os movimentos habituais do ser.

Tudo o que é vivido pela personalidade humana e tudo o que ela tenta expulsar de si sem êxito completo fica como semente debaixo da consciência, pronto para emergir e brotar a qualquer momento.
Último recurso da ignorância é o principal apoio da doença e da morte, o subconsciente sempre repete movimentos não inteligentes e não iluminados. Não dá ouvidos à razão ou as decisões das mente. Por causa dessa natureza obstinada, acredita-se ser impossível mudar o caráter básico da personalidade; contudo, o subconsciente pode ser transformado.

Há quem procure fazer isso por meio da conscientização do que está armazenado nele. Entretanto esse método é perigoso. Buscar inadvertidamente aspectos obscuros em si pode provocar perturbações, inundando o mental e o emocional com matéria espúria, o que tornaria ainda mais difícil a purificação pessoal.

Outros tentam livrar-se de tendências subconscientes pela evasão em experiências, quando as tendências são fortes demais para serem rejeitadas por um ato de vontade. Esse é um dos motivos pelo qual os aspirantes espirituais às vezes voltam à vida comum para esgotar determinadas tendências, pretendendo retornar depois à vida espiritual com o obstáculo eliminado. Mas esse método também é perigoso. Só funciona quando a vontade de alcançar a Meta é muito forte.

Se o aspirante não tiver um propósito bem definido, envolve-se de tal forma com o movimentos adversos que apenas uma luta terrível ou a graça divina serão capazes de liberta-lo.

A maneira mais segura de lidar com o subconsciente é permanecer na parte mais alta da consciência e de lá fazer pressão sobre os aspectos mais densos, para que mudem. É o poder desses níveis mais altos que os transforma. Deve-se, então, conservar uma conexão vigilante com níveis de consciência elevados, ou com os já regenerados, e trazer, por meio deles, a luz e a pureza para dentro dessas regiões inferiores ainda não regeneradas. Mesmo isso deve ser feito com extremo cuidado, sem precipitação, em obediência a uma condução interna e com atitude correta.

É melhor começar por uma experiência positiva, trazendo algo da natureza divina – calma, a luz e a pureza da força divina – para as partes do consciente que têm de ser mudadas; somente quando isso estiver realizado em grau suficiente e quando existir uma base positiva firme, é seguro levantar os elementos subconscientes adversos, até então escondidos, e elimina-los pelo poder da força divina.

Agindo dessa maneira, inevitavelmente colocamos os movimentos mais densos sob a luz da consciência superior a fim de os conhecer e lidar com eles, pois não pode haver mudança completa sem isso. O progresso é então muito mais fácil, mais suave e menos doloroso.

Precisamos saber que o subconsciente é uma base evolucionaria em nós, mas não é a totalidade de nossa natureza oculta, nem tampouco a origem do que somos.

A supraconsciência, e não o subconsciente, é a verdadeira fundação da nossa realidade.

Sri Aurobindo Em Direção à Nova Consciência - Editora Pensamento

A melhor oração é Amar

Se não sabes amar tu não deves orar...
a melhor oração é amar...
Se tens desavenças no coração de
nada adianta orar...
Se tens ódio a ceifar tua vida
a oração é inútil...
A melhor oração é amar...
A melhor oração é amar...
Se não sabes amar tu não deves
orar, pois a melhor oração é amar...
O coração que ama ilumina todos
os seres do Senhor... a melhor oração
é amar...
A melhor oração é amar...
Se não sabes amar tu não deves orar...
Se tens mágoa no coração não pode haver
perdão... a melhor oração é o coração sem mágoa..
A melhor oração é amar!!!

oração atribuída a Francisco de Assis

Espiritualidade no trabalho é

Humanizar o seu ambiente de trabalho.
Trabalhar só com energias positivas.
Positivar-se é fluir na prosperidade.
Vencer dificuldades aprendendo que elas não existem e sim oportunidades.
Realizar-se profissionalmente é sentir-se como um canal do progresso coletivo.
Viver o potencial de doação e amor social que há em você.

Gasparetto

Meu Deus, me dê coragem

Meu Deus, me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites, todos vazios de Tua presença. Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude.

Faça com que eu seja a Tua amante humilde, entrelaçada a Ti em êxtase. Faça com que eu possa falar com este vazio tremendo e receber como resposta o amor materno que nutre e embala.

Faça com que eu tenha a coragem de Te amar, sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo. Faça com que a solidão não me destrua. Faça com que minha solidão me sirva de companhia.

Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo.

Receba em teus braços o meu pecado de pensar.

Clarice Lispector

Faça as suas orações em voz alta

Os anjos costumam responder a muitas preces silenciosas e a desejos profundos do coração. Você não precisa falar para chamar a atenção dos anjos, mas obterá uma resposta muito mais poderosa se fizer seu pedido em voz alta.
Existe poder na sua voz: o poder de criar ou destruir. Deus usou este poder quando disse: "Haja Luz." Ao usar o dom da palavra você produz mudanças na sua vida.

A oração falada pode assumir várias formas: canções e hinos que têm sido usados tradicionalmente para invocar os anjos; orações formais como o Pai Nosso, e orações informais através das quais você exprime os anseios mais profundos da sua alma. Você pode combinar estes tipos de oração com "decretos" e "fiats" - novas formas de oração que você aprenderá neste livreto.
Decretos permitem que Deus e os homens trabalhem juntos para produzir mudanças positivas. Eles são orações que nos permitem direcionar a energia de Deus no mundo. Os fiats, como por exemplo "Arcanjo Miguel, Ajuda-me! Ajuda-me! Ajuda-me!", são afirmações curtas, poderosas e eficazes para invocar a ajuda dos anjos em momentos difíceis.

Faça os seus fiats e decretos em voz alta e com firmeza. Faça-os em casa, em frente ao seu altar, a caminho do ponto de ônibus, no carro ou em qualquer outro lugar e, principalmente, em situações de emergência. E veja como as comportas do céu se abrirão para você!

fonte: www.sintoniasaintgermain

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Viver é diferente de sobreviver

É triste ver tanta gente lutar para sobreviver. E não estou falando apenas daqueles que ganham salário mínimo, mas de executivos que vivem angustiados com tantas pressões, de empresários que fogem de suas famílias, pois não aprenderam a amar, de pessoas de todos os níveis sociais que estão sempre assustadas perante a vida.

São pessoas que não vivem. Apenas sobrevivem, como se estivessem numa crise asmática permanente: aquela eterna falta de ar e, de vez em quando, o alívio rápido e passageiro. Logo depois sentem de novo o sufoco insuportável.

Essas pessoas não vivem, sobrevivem. E apenas sobreviver é trabalhar em algo sem sentido só para manter o salário; é fazer joguinhos de poder para manter o emprego; é sair com alguém que não se ama somente para aplacar a solidão; é ter relações sexuais só para manter o casamento; é não conseguir desgrudar os olhos da TV, com medo de escutar a voz da consciência; é ter de tomar alguns drinques para conseguir voltar para casa.

A sociedade nos pressiona diariamente para nos transformar em máquinas. Todos os dias, pela manhã, uma multidão liga seu corpo como se fosse mais uma máquina e sai pela porta para uma repetição infinita de ações rotineiras sem nenhuma relação com sua vocação e seu talento. E muita gente chama a isso livre-arbítrio.

Depois vão a massagens, saunas, fazem um monte de ginástica em busca de um pouco de energia extra para, no dia seguinte, voltar a fazer o mesmo trabalho que não tem nenhuma relação com sua alma. Muitos estados de depressão são, na realidade, frutos de uma terrível sensação de inutilidade.

Esse olhar vago do deprimido é muitas vezes o olhar de quem poderia ter aproveitado as oportunidades da vida, mas não soube valorizar o que era realmente importante.

Se, por acaso, você se identificou com a descrição acima, está na hora de mudar. Aproveite o início de semana e mude! O filósofo espanhol Julián Marías escreveu que a infelicidade humana está em não preferir o que preferimos. Quando uma pessoa não prefere o que prefere, acaba se traindo.

As escolhas de nossa vida têm sempre de privilegiar a nossa essência. Nossa vocação não tem nada a ver com ações sem afeto. O ser humano nasceu para realizar a sua vocação divina. No entanto, quantas vezes acabamos nos dedicando exclusivamente à sobrevivência!

Sobreviver e viver são experiências completamente distintas. Viver é ser dono do próprio destino. É saber escrever o roteiro da própria vida. É ser participante do jogo da existência, e não mero espectador. É viver as emoções, é ter os próprios pensamentos e viver os seus sonhos.

Sobreviver é administrar o tempo para que o dia acabe o mais rápido possível. É conseguir ter dinheiro até o próximo pagamento. É respirar de alívio porque chegou o final do expediente. É ir resignado de casa para o trabalho e do trabalho para casa. É adiar o máximo possível as mudanças para não ter de arriscar nada...

Chega de migalhas da vida! Chega de viver como um fugitivo, olhando para os lados, com medo de tudo e de todos! O ser humano merece mais do que simplesmente completar seus dias. Merece a plenitude da vida.

Roberto Shinyashiki

O mandarim e o alfaiate

Lenda do Vietnã

Um dia um homem recebeu a notícia de que acabara de ser nomeado mandarim. Ficou tão eufórico que quase não se conteve.

- Serei um grande homem agora - disse a um amigo - Preciso de roupas novas imediatamente, roupas que façam jus à minha nova posição na vida.

- Conheço o alfaiate perfeito para você - replicou o amigo - É um velho sábio que sabe dar a cada cliente o corte perfeito. Vou lhe dar o endereço.

E o novo mandarim foi ao alfaiate, que cuidadosamente tirou suas medidas. Depois de guardar a fita métrica, o homem disse:

- Há mais uma informação que preciso ter. Há quanto tempo o senhor é mandarim?

- Ora, o que isso tem a ver com a medida do meu manto? - perguntou o cliente surpreso.

- Não posso fazê-lo sem obter essa informação, senhor. É que mandarim recém-nomeado fica tão deslumbrado com o cargo que mantém a cabeça altiva, ergue o nariz e estufa o peito. Assim sendo, tenho que fazer a parte da frente maior que a parte de trás.

Anos mais tarde, quando está ocupado com seu trabalho e os transtornos advindos da experiência o tornam sensato, e ele olha adiante para ver o que vem em sua direção e o que precisa ser feito a seguir, aí então eu costuro o manto de modo que a parte da frente e a de trás tenham o mesmo comprimento.

E mais tarde, depois que seu corpo está curvado pela idade e pelos anos de trabalho cansativo, sem mencionar a humildade adquirida através de uma vida de esforços, então faço o manto de forma que as costas fiquem mais longas que a frente.

Portanto, tenho que saber há quanto tempo o senhor está no cargo para que a roupa lhe assente apropriadamente.

O novo mandarim saiu da loja pensando menos no manto e mais no motivo que levara seu amigo a mandá-lo procurar exatamente aquele alfaiate.

do livro: O Livro das Virtudes II - O Compasso Moral (pág. 650/651)
William J. Bennett - Editora Nova Fronteira

Viver vale a pena

Ser Luz é Ser feliz

Nem sempre as coisas são como parecem ser.
Turbante na cabeça não significa maestria alguma.
Renegar a vida humana nada tem a ver com a iluminação.
Negar o valor do corpo – veículo sagrado – é desrespeitar a Terra.
Não ver o sagrado em tudo, é ser profano!

Conhecimento não é sabedoria; e servilismo não é humildade.
Mais vale o materialista que realiza algo do que o espiritualista teórico.
Um abraço cálido passa mais luz do que um diploma de mestre bioenergético.
Duas montanhas são imensas, mas não podem se abraçar. Duas pessoas podem.
Escalar o Himalaia não significa iluminar-se. Cabras fazem isso diariamente.
Ir à Índia ou a Machu Picchu não é o mesmo que viajar pelo céu do coração.

Carma não é vingança divina; e reencarnação não significa descer para sofrer.
Quem carrega o inferno em si mesmo, a tudo condena.
Falar de perdão não significa perdoar; há pregadores religiosos cheios de ódio.
Sair do corpo é normal; fenômeno estranho é viver sem horizontes maiores...
Para quem congelou o próprio coração, o mundo inteiro parece o Ártico.

Quem está triste, vê tudo cinzento; no entanto, além das nuvens, o sol brilha...
Que manto dourado ou roupa nova poderá fazer brilhar um coração egoísta?
Não importa quem você foi em outra vida; vale mais o que você faz agora!
Viver é muito mais do que só existir. E fica melhor quando se é feliz.

PS.: Há um ditado popular que diz, quando alguém é encrenqueiro: “tal pessoa é casca de ferida!”

Do ponto de vista da clarividência, isso está certo! Há auras cheias de feridas.
É que as complicações psíquicas das pessoas ficam registradas no campo energético delas mesmas. O efeito de suas encrencas gravita em torno de seu próprio perímetro energético - aura.
E faixas escuras envolvem seus chacras e abrem portas psíquicas para as obsessões invisíveis. Suas feridas explodem no ar à sua volta, revelando, no Astral, o que se passa por dentro do ser. No plano físico ninguém percebe, mas, no extrafísico, tudo fica evidenciado de forma bem clara.

Isso independe de raça, credo ou sexo. Cada um projeta em torno de si mesmo tudo aquilo que já está em seu coração. E, como as energias seguem os pensamentos e sentimentos, é natural que, para quem guarda trevas em si mesmo, tudo fique opaco.
Para se curar disso e fechar as feridas psíquicas, só há um remédio: ser feliz!
E, para quem estuda e vivencia a temática espiritual – e sabe que a realidade não é apenas o que se vê -, isso se torna mais evidente a cada desenvolvimento.
Alguém feliz ajuda à humanidade, naturalmente, pela sua própria irradiação energética sadia.
Viver vale a pena!

Paz e Luz.

Wagner Borges

Não me Interessa

Não me interessa o que você faz pra viver. Eu quero saber o que de fato você busca e se é capaz de ousar sonhar as aspirações do seu coração.

Não me interessa a sua idade. Eu quero saber se você é capaz de me transformar num todo, para poder amar, viver seus sonhos e aventurar-se a estar vivo.

Não me interessa qual o planeta esta em quadratura com a sua Lua. Eu Quero saber se você é capaz de dançar loucamente e deixar que o êxtase lhe envolva até a ponta dos dedos dos pés e das mãos, sem querer nos aconselhar a sermos mais cuidadosos, mais realistas ou nos lembrar das limitações do ser humano.

Não me interessa se a historia que vocês esta contando é verdadeira, eu quero saber se você é capaz de desapontar o outro pra ser verdadeiro consigo mesmo, e se você é capaz de suportar a acusação de traição e não trair a própria alma.

Eu quero saber se você pode ser confiável e verdadeiro.
Eu quero saber se você pode ver a beleza mesmo quando o dia não esta belo e se pode se conectar com sua vida através da presença de Deus.
Eu quero saber se você é capaz de viver com os fracassos, os seus e os meus e mesmo assim se postar nas margens de um lago e gritar ao reflexo da Lua:

Sim!!!

Não me interessa onde você mora ou quanto dinheiro você ganha. Eu quero saber se você é capaz de acordar depois de da noite de luto e desespero, exausto e machucado até a alma e fazer aquilo que precisa ser feito.

Não me interessa o que você é ou como você chegou aqui. Eu quero saber se você irá postar-se no centro do fogo comigo e não fugir.

Não me interessa onde, o que, ou quem você estudou. Eu quero saber o que lhe sustenta intensamente quando tudo mais desabou.

Eu quero saber se você é capaz de ficar só consigo mesmo e se você realmente é boa companhia para si mesmo nos momentos vazios.

Por : Oriah, sonhador da Montanha (Ancião Indígena)

  

terça-feira, 25 de maio de 2010

Uma Mente em Paz

A liberdade progressiva e o domínio sobre a própria mente estão perfeitamente dentro das possibilidades de todo aquele que tenha a fé e a vontade de empreender esta conquista.

As possibilidades do ser mental não são limitadas; pode ser a livre testemunha e o Senhor em sua própria casa.

O primeiro passo é ter uma mente sossegada. O silêncio é um passo interior, porém, se faz necessário obter previamente o sossego. E por mente sossegada entendo uma consciência mental interior que vê os pensamentos acercar-se dela e mover-se em torno, porém, não se sente a si mesma pensando, nem se identifica com os pensamentos, nem os considera sujos.

Os pensamentos e os movimentos mentais podem passar através desta consciência mental interior tal como os caminhantes aparecem procedentes de qualquer parte e passam através de uma campina silenciosa; a mente sossegada os observa e nem sequer se incomoda de observá-los, porém, em nenhum caso participa na ação ou perde sua tranqüilidade.

O silêncio é mais que o sossego. Pode obter-se desterrando completamente os pensamentos da mente interior, mantendo-os mudos e completamente a parte. No entanto, se estabelece com maior facilidade por uma descida procedente do alto; quando sucede assim, se percebe como desce o silencio, como penetra e ocupa e rodeia a consciência pessoal, que tende então a submergir-se neste vasto silencio impessoal.

As palavras “paz, calma, sossego, silêncio”, têm cada uma delas sua própria matiz significativa, porém, não é fácil defini-lo exatamente.

O “sossego” é um estado no qual não há inquietude nem perturbação.

A “calma” é um estado de sossego inquebrantável que nenhum barulho ou inquietude podem alterar, é um estado menos negativo que o sossego.

A “paz” é um estado ainda mais positivo que comporta uma estabilidade e harmonia e um sentido de liberação e de repouso.

O “silêncio” é um estado no qual não há movimentos mentais ou vitais de nenhum gênero, e no qual existe uma profunda imobilidade que nenhum movimento na superfície pode penetrar ou alterar.

Não é possível construir os fundamentos de yoga se a mente está agitada. O primeiro que se requer é sossego mental. Ademais, a dissolução da consciência pessoal não é o objetivo primordial da yoga; seu propósito fundamental é abrir esta consciência a uma consciência espiritual superior, e para isso também é de primeira necessidade ter uma mente sossegada.

O primeiro que há que se fazer é estabelecer na mente uma paz e um silêncio estáveis (sadhana). Se não fazê-lo assim, será possível ter experiências, porém nada terá de caráter permanente. Somente numa mente silenciosa pode formar-se a verdadeira consciência.

Ter uma mente sossegada não significa a ausência total de pensamentos ou de movimentos mentais, mas sim, que estes permanecem na superfície e que o interior se sente o ser verdadeiro separado, observando-os sem deixar-se arrastar, capaz de vigiá-los e de julgá-los, de recusar todo aquele que tem que ser realizado, e de aceitar e de conservar todo aquele que é verdadeira consciência e experiência verdadeira.

Aspire que a Mãe te conceda este sossego e essa calma bem estabelecidos na mente e esta percepção constante do ser interior dentro de ti, separado da natureza exterior e dirigido até a Luz e a Verdade.

As forças que criam obstáculos no caminho da sadhana são forças da natureza inferior mental, vital e física. Por detrás delas se encontram os poderes adversos dos mundos mental, vital e físico sutil. Tão somente a partir do momento em que a mente e o coração tenham logrado adotar uma orientação unidirecional e se tenham concentrado numa aspiração exclusiva para o Divino se poderá conseguir lutar com êxito contra estes poderes adversos.

O silêncio é sempre uma boa coisa; porém, ao dizer sossego mental não me refiro a um silêncio completo. Quero dizer uma mente livre de desordem e inquietude, firme, ligeira e contente, para que possa se abrir para a Força que tem que mudar sua natureza. O importante é livrar-se da invasão habitual dos pensamentos perturbadores, dos sentimentos falsos, da confusão de idéias e dos movimentos nocivos. Tudo isso altera a natureza e a obscurece e cria obstáculos para a ação da Força; quando a mente está sossegada e em paz, a Força pode trabalhar mais facilmente. É necessário que se possam ver as coisas que temos que modificar sem experimentar nenhum transtorno nem depressão; a mudança se efetua assim com maior facilidade.

A diferença entre uma mente vazia e uma mente calma é esta: quando a mente está vazia não há nela pensamentos, nem concepções, nem ação mental de nenhum tipo, salvo uma percepção essencial das coisas sem formação de idéias; no entanto, quando a mente tenha conseguido a calma, a mesma substância de ser mental é a que permanece tranqüila, tanto que nada a perturba. E si se produzem pensamentos ou atividades, em nenhum caso surgem da mente, senão que vêem de fora e cruzam a mente como um vôo de pássaros cruza o firmamento quando o ar está imóvel. Passam sem alterar nada, sem deixar nenhum traço. Uma mente que tenha alcançado esta calma pode começar a atuar, inclusa, intensa e poderosamente, porém conservará seu sossego fundamental, sem produzir nada de si mesma, porém dando forma mental ao que recebe do Alto sem somar nada seu, com calma e imparcialidade e, sem dúvida com o gozo da Verdade e o poder e a luz felize de sua transmissão.

Não é uma coisa indesejável para a mente desaparecer no silêncio, estar imóvel e livre de pensamentos, uma vez que, ao silenciar-se a mente é quando mais a pequeno se produz a descida completa de uma vasta paz procedente do Alto e, nesta vasta tranqüilidade, a realização do Eu silencioso que está em cima da mente estendido por todas as partes em sua imensidão. O que ocorre somente, é que, quando há paz e silêncio, mental, a mente vital trata de precipitar-se para ocupar o lugar, se bem que a mente mecânica tenta, ao mesmo tempo, com o mesmo propósito, fazer surgir sua gama de pensamentos habituais e triviais. O que se deve fazer é ter o cuidado de recusar e calar esses intrusos de modo que, ao menos, durante a meditação, a paz e o sossego da mente o do ser vital sejam completos. A melhor maneira de conseguir fazê-lo é mantendo uma vontade forte e silenciosa. Esta vontade é a vontade da alma detrás da mente; quando a mente está em paz, quando permanece em silêncio, pode perceber-se a presença da alma, também silenciosa, separada da ação da natureza.

Manter a calma, ser firme e arraigado no espírito, possuir este sossego da mente, esta separação entre a Alma interior e a energia é muito útil, quase indispensável. Porém não é possível manter a calma e estar centrado no espírito enquanto o ser está sujeito ao turbilhão de pensamentos ou dos movimentos vitais. Desapegar-se, apartar-se deles, senti-los separados de si, é indispensável.

Uma grande onda (ou um mar) de calma e a consciência constante de uma vasta luminosa Realidade, tal é precisamente o caráter da realização fundamental da Verdade suprema em seu primeiro contato com a mente e a alma. Não se pode pedir um melhor começo nem melhor fundamento; é como uma grande pedra sobre a qual se pode construir o resto. Isso significa certamente, não só uma presença, senão “a Presença”, e constituirá um grande erro debilitar a experiência por uma falta de aceitação ou por alguma dúvida sobre seu caráter. Não é necessário defini-la, nem é conveniente tratar de configurá-la numa imagem; porque esta Presença é infinita em sua natureza. Tudo aquilo que tenha que manifestar ou exteriorizar de si mesma, o fará inevitavelmente por seu próprio poder, si existe uma aceitação sustentada.

Em verdade, sem duvida alguma, que é uma graça enviada, e a única maneira de responder a uma graça tal é aceitá-la com gratidão e, mantendo-se aberto, permitir ao Poder que tenha tocado a consciência desenvolver o ser no que tenha que ser desenvolvido. A transformação total da natureza não pode fazer-se num momento; requer necessariamente muito tempo e se produz por etapas; a experiência atual é somente o inicio, um fundamento para a nova consciência na qual será possível a transformação. A espontaneidade automática da experiência deve demonstrar por si mesma que não tem nada que ver com uma construção da mente, da vontade ou das emoções; que procede de uma Verdade que está mais além dessas coisas.

Recusar as dúvidas implica, com toda certeza, haver alcançado o controle de nossos próprios pensamentos. Porém, o fato de controlar nossos pensamentos é tão necessário, na yoga e fora da yoga, como o domínio de nossas paixões e de nossos desejos vitais e o controle dos movimentos de nosso corpo. Não é possível sequer alcançar o nível de um ser mental plenamente desenvolvido se não se é capaz de dominar os próprios pensamentos, se não se é sua própria testemunha, seu juiz e seu amo, da alma mental.

Não é menos inconveniente ao ser mental do que ser como uma bola de tênis submetida ao impacto dos pensamentos desordenados e incontroláveis, que ser como um barco a deriva em meio a tempestade das paixões e dos desejos, ou um escravo da inércia ou dos impulsos do corpo. Já sei que controlar os pensamentos é mais difícil, porque o homem, por ser primordialmente uma criatura de energia mental, se identifica a si mesmo com seus movimentos de sua mente e não pode, de repente, dissociar-se e permanecer a margem e livre dos redemoinhos e turbulências da torrente mental. É relativamente fácil para ele exercer um controle sobre seu corpo, ao menos sobre uma certa parte de seus movimentos. É-lhe menos fácil, porém, ainda que perfeitamente possível por meio duma luta efetiva, estabelecer um domínio mental sobre seus impulsos e desejos vitais; porém, sentar-se em cima do torvelinho de seus pensamentos, como o Iogue Tântrico sobre o rio, é menos fácil. Não obstante, também é possível. Todos são homens mentalmente desenvolvidos, aqueles que sobre passam ao término médio, de algum modo, ou a menos num determinado tempo e para certo propósito, tenham tido que separar as duas partes da mente, a parte ativa que é uma fábrica de pensamentos e a parte sossegada e soberana que é uma Testemunha e uma Voluntária, observando os pensamentos julgando-os, recusando-os, eliminando-os e aceitando-os, ordenando correções e mudanças.

O Iogue vai ainda mais longe. Não somente é o senhor de si, como permanecendo de alguma maneira na mente, consegue escapar da mesma sem por assim dizer, e se situa por cima e completamente por trás. Para ele a imagem da fábrica de pensamentos já não é completamente válida; posto que vê como os pensamentos nos vêem de fora da Mente universal ou da Natureza universal, às vezes formados e distintos, às vezes informes e embrionários, em cujo caso recebem forma em alguma parte dentro de nós. A tarefa principal de nossa mente consiste em responder, favoravelmente com aceitação, ou negativamente com repulsa, a essas ondas de pensamentos, ou em dar forma mental pessoal a substância dos pensamentos procedentes da Natureza-Força circundante.

Sri Aurobindo

domingo, 23 de maio de 2010

Se vivemos atrás de uma máscara durante a nossa vida inteira, cedo ou tarde - se tivermos sorte - essa máscara será esmagada.
Então será preciso que olhemos no espelho, enxergando nossa própria realidade.
Talvez fiquemos apavorados.
Talvez estejamos então olhando para os olhos aterrorizados de nossa própria criancinha, daquela criança que nunca conheceu o amor e que agora suplica atenção.
Essa criança está sozinha, ficou esquecida antes mesmo de sairmos do útero, no próprio momento do parto, ou quando começamos a fazer as coisas para agradar aos nossos pais e aprendemos a manejar nossas melhores atuações para ganhar aceitação.
À medida que a vida avança, continuamos a abandonar a nossa criança procurando agradar aos outros.
Essa criança, que é a nossa própria alma, implora, por baixo do burburinho da nossa vida, muitas vezes imersa no cerne do nosso pior complexo, que digamos: você não está sozinha, eu amo você"