Além do horizonte, existem outros mundos a serem descobertos.
Lá, folhas não caem, elas flutuam.
Lá, o meio de transporte são pássaros que vem até você e com o suspiro de seu amor, neste mundo todos andam de mãos dadas lá é aonde a harmonia toma conta da natureza de todas as espécies viventes.
Lá, não colhemos flores, mas as flores colhem a gente.
Chegou o tempo de despertar e acreditar que esta vida vale apena ser vivida.
-Rhenan Carvalho-

quarta-feira, 9 de abril de 2008

O que é um "Japa Malas"?



"Japa" é uma palavra em sânscrito que vem da raiz verbal "jap", que significa "murmurar, sussurrar".
"Japa" é a prática feita pelos yogis na repetição em tom de murmúrio de mantras, de passagens das escrituras, ou do nome de uma divindade.
A repetição destes mantras, o "Japa", é uma "corrente", um "cordão de energia".
Mala é uma palavra de vários significados em sânscrito, porém neste caso, ela quer dizer, apenas, "cordão de contas".
Temos então duas correntes, uma espiritual, "Japa" e outra material, "Mala". Assim, as energias espirituais invocadas "Japa", energizam o "Mala".
Geralmente, o "mala", utilizado para o "japa", "murmurar", contém 108 contas.
Um Mala pode conter contas que também formam divisões de 108, de modo que o mesmo cálculo possa ser mantido.
Chegar ao "Meru", a conta central no mala, mostra que você fez o seu "japa" por 108 vezes. Completar o circuito de 108 mantras é um passo a mais no caminho da elevação espiritual. Cada Volta realizada no "Mala", é um degrau na escada para a união com o éter divino.
Um "mala" estimula seu usuário a fazer os "japas" diariamente.
POR QUE USAR UM MALA ?
O Mala é utilizado para contar mantras em grupos de 108 repetições.
A palavra mantra vem do sânscrito, "man" que significa "mente" ou "pensamento" e "tra" significa "proteger" "socorrer". Assim, mantra quer dizer : proteger nossas mentes de maus pensamentos.
Os mantras são um meio de comunicação espiritual das religiões hindu e budista. Um mantra sagrado é normalmente entoado em sânscrito. Quem entoa mantras busca a intercessão espiritual. Uma forma de orar repetidamente, a fim de magnetizar as energias de uma determinada divindade.
O mantra essencial é a sílaba sagrada OM, que significa Ômega. Ômega é a energia feminina da Mãe Divina. Quando entoamos o OM, estamos manifestando a vontade de trazer para a matéria, a energia da palavra ou frase seguinte. Por exemplo: OM VISHNU OM, Significa que estamos dizendo que queremos a intercessão de Vishnu em nossas vidas. Vishnu é responsável pela instrução e compreensão dos mistérios da vida, dizer seu nome somado a um OM, traz sabedoria para quem o faz. OM SHIVA OM, traz o poder purificador e protetor de Shiva para quem o entoar.
Praticamente todas as religiões entoam alguma forma de oração para a comunhão espiritual com seres mais elevados.
Mantra é formado por palavras em sânscrito com poderes para elevar a consciência, promover a cura, solucionar problemas, conseguir proteção e direção espiritual, manifestar desejos e muito mais.
Entoar mantras é uma forma de meditação. Uma pessoa entoa mantras repetidas vezes, em murmúrio ou em alto tom. A mente focaliza-se no conteúdo do mantra e os pensamentos tornam-se positivos e poderosos, a respiração deve ser lenta e profunda.
USANDO UM MALA
Segurando o seu cordão de contas, o "Japa Mala", na mão direita, deixe que ele escorregar sobre o dedo do meio (o dedo do céu, o dedo mais longo). O dedo indicador não deve tocar as contas, ficando estendido durante todo o período da entoação dos mantras, o "japa".
Comece sempre pela conta seguinte à grande conta, o "meru", que significa "montanha", e não deve ser contado, nem tocado pelo dedo do polegar, o Meru é apenas o ponto inicial e final da contagem das contas.
Puxe as contas de seu Mala sempre em sua direção, uma a uma, entre seu dedo polegar e o dedo do meio, usando seu polegar para “contar” e puxar cada conta, puxando levemente, enquanto recita o mantra escolhido, e movendo para a próxima conta, até completar a série de 108 contas de seu mala, entoando seu mantra escolhido, por 108 vezes seguidas, ou mais.
Uma conta é puxada por cada repetição do mantra.
O polegar representa seu chakra da garganta e o dedo do meio representa o éter divino no chakra do coração. Assim, como estamos nos comunicando com seres elevados do plano etéreo, este mudra aumentará nosso poder de comunicação espiritual.
Mantenha a mente firme prestando a atenção em sua respiração, nas contas e em seu mantra.
Enquanto puxa uma conta, inale, entoe o mantra "OM NAMAH SHIVAYA", enquanto exala. Um Mala foi feito para ser utilizado em harmonia e com muita calma e firmeza em suas palavras.
Uma vez que você alcance o Meru, caso queira continuar mais 108 vezes, não o ultrapasse. O Meru é a conta estática do Mala.
Vire as contas ao redor e continue na direção inversa. Isto se faz necessário por que quando puxamos as contas ganhamos um espaço entre elas, assim juntamos as contas que ficaram para trás, se formos em frente pelo caminho que começamos, encontraremos as contas muito juntas do outro lado do Meru, e o polegar não poderá fazer o "mudra da riqueza espiritual", que toca estes dois dedos a cada puxada.
O Japa Malas pode ajudá-lo a tirar a tensão, a ansiedade, o medo e levará você a atingir níveis mais altos de consciência e realização espiritual.
A utilização de Japa Malas aumenta a felicidade e a capacidade de meditação. As contas de Japa dão mais foco e maior determinação a quem às utiliza.
Um mala pode ser um colar ou uma pulseira. A pulseira deve ter 27 contas, que precisarão ser contadas por 4 vezes para completar 108.
O PODER DE UM MALA
Seu Mala pode ser imantado com o poder de "Japa"de seu mantra, para isso você precisará praticar todos os dias, por pelo menos 40 dias seguidos. Após 108 dias o mala ficará carregado da energia do poder do mantra entoado/ murmurado/ meditado, e você poderá colocá-lo ligeiramente sobre si ou em outros, para transmitir a energia do mantra, armazenada na mandala de luz, formada em seu Mala.
O ideal seria utilizar um Mala para cada mantra. Quando utilizar o seu mala com um novo mantra, a energia do novo mantra começará a substituir a energia do mantra anterior, então é recomendado usar um novo mala com cada mantra, se possível, é claro.
Outra boa idéia é ter um Mala para cada raio. Cada um dos sete principais chakras carrega as energias de uma das sete principais consciências de Deus.
Quando não estiver utilizando seu mala, guarde-o em um lugar limpo e sagrado. O melhor lugar para guarda-lo é sobre um altar pessoal ou sobre uma estatueta sagrada de uma divindade.
O mala é utilizado para que uma pessoa possa pensar sobre o significado do mantra e de suas palavras enquanto entoa, sem ter a necessidade de ficar contando as vezes que entoa.
UMA TRADIÇÃO EM VÁRIAS RELIGIÕES
Os maometanos também têm um "mala" que se chama "tasbi", eles mantém nas mãos enquanto repetem suas orações. Rolam as contas entre os dedos enquanto repetem o nome de Allah.
Os cristãos têm seu "terço" nas mãos, enquanto fazem suas orações diárias. Conta-se que a palavra "rosário", que tem semelhanças óbvias ao mala, veio do tradicional "Japa Mala" hindu. Quando exploradores romanos vieram na Índia e conheceram o mala, eles ouviram " jap mala" em vez de "japa Mala". "Jap" significa "rosa" e um mala então, foi levado ao Império romano como "rosarium". O rosário possui 50 contas separadas de dez em dez por outra de maior tamanho, e seus extremos se unem em uma cruz. Totalizando 54 contas (a metade do rosário oriental de 108 contas).
Os Hindus, quando decidem fazer um mantra por mais de 108 vezes, colocam um grão de arroz para cada 108 vezes, dentro de uma tigela. Toda vez que chegam ao Meru, tiram um grão de arroz da tigela.
No Budismo Tibetano, é comum a utilização de malas maiores, por exemplo de 111 contas. Eles contam um mala como 100 contas e 11 extras para compensar possíveis erros cometidos pelo caminho.
No Budismo, a utilização do Mala pode ser feita com qualquer uma das mãos e os dedos também podem ser outros, dependendo da vontade de cada um. o que conta mesmo é a repetição dos mantras.
A tradição islâmica, trabalha com um rosário de 99 contas. O rosário se divide em três séries de 33 contas, cada uma delas representa um mundo. Conta-se que a conta faltante para completar a centésima, só se encontra no Paraíso.
Uma grande variedade de materiais são usados para fazer contas de mala. Na tradição budista tibetana indicam o uso de osso (animal, a maioria comumente de boi) ou às vezes humano, os ossos de Lamas falecidos, são de grande valor.
MALA DE OSSOS HUMANOS SAGRADOS DO NEPAL
Mala Sagrado feito com 108 finas contas de ossos de crânio humano do Nepal. Estes são ossos de crânio de budista praticantes que já fizeram a passagem. Seu preço é elevado devido a sua raridade. O propósito deste Mala de Ossos é orar, recitar mantras e meditar em cortar o egoísmo, apegos fortes e cultivar uma consciência livre.
Outros usam madeira ou sementes da árvore Bodhi. Pedras semi-preciosas tal como coralina e ametista podem ser usados, também. O material muito utilizado é madeira de sândalo.
O SIGNIFICADO DO NUMERO 108
Entre os místicos é muito conhecido o extraordinário resultado de repetir um mantra, oração ou comando de luz, cento e oito vezes.
Cento e oito é o resultado de nove vezes o número doze.
O poder dos nove ou novena é prática antiga da religião católica. Porém, qual é a explicação deste poder?
Três é o poder da Chama Trina, ancorada no coração dos filhos e filhas de Deus.
É a chama do Poder, da Sabedoria e do Amor de Deus manifestando-se no homem; a trindade do Pai, do Filho, e do Espírito Santo.
Multiplicando o poder da chama da Trindade no coração, pelo poder da origem desta Chama Trina, no coração da Poderosa Presença do EU SOU individualizada, encontramos o resultado de três vezes três, o poder do numero nove. O numero do Espírito Santo.
Isto ocorre quando confirmamos a vontade de Deus na Terra, assim como Ele afirma no Céu. Assim, nove é o número da manifestação do plano divino. Não é de se admirar que as mulheres tenham seus filhos aos nove meses de gestação.
E o número doze? Vejamos: doze foram os apóstolos de Jesus.
Doze são os meses do ano e também doze são as legiões de anjos. Jesus disse a Pilatos: – "Você pensa que eu não posso chamar meu Pai e Ele mandaria imediatamente doze legiões de anjos para me salvar?".
O relógio marca doze horas. O chakra do coração tem doze pétalas significando doze vibrações únicas que são como doze chaves para as doze portas da cidade celestial. Doze são os signos do zodíaco.
Existem doze hierarquias celestiais, cada uma referente a um signo zodiacal. Elas carregam, mantêm e seguram à disposição da humanidade, as doze virtudes de Deus que são: poder, amor, mestria, controle, obediência, sabedoria, harmonia, gratidão, justiça, realidade, visão e vitória divina.
Doze são os raios de Deus, sendo sete conhecidos e cinco raios secretos. Temos doze chakras, sendo também cinco secretos. Doze são os frutos da Árvore da Vida.
Assim, grande é o poder dos 108, pois ele representa a multiplicação dos poderes de nove por doze (9 x 12 = 108). Isto é a confirmação da vontade de Deus nos 12 raios da consciência divina manifestados na Terra.

Ana Sarasvathi