Além do horizonte, existem outros mundos a serem descobertos.
Lá, folhas não caem, elas flutuam.
Lá, o meio de transporte são pássaros que vem até você e com o suspiro de seu amor, neste mundo todos andam de mãos dadas lá é aonde a harmonia toma conta da natureza de todas as espécies viventes.
Lá, não colhemos flores, mas as flores colhem a gente.
Chegou o tempo de despertar e acreditar que esta vida vale apena ser vivida.
-Rhenan Carvalho-

sábado, 7 de agosto de 2010

Cantar para os passarinhos

A vida se compõe de pequenas coisas.
Então, se você passar a se interessar pelas chamadas grandes coisas, estará deixando a vida escapar.

A vida consiste em bebericar uma xícara de chá, fofocar com os amigos, sair pela manhã para fazer uma caminhada - sem qualquer destino em particular, só para caminhar, sem rumo, sem finalidade, podendo a qualquer instante dar meia-volta -, cozinhar para alguém que você ama, cozinhar para si mesmo - porque você ama seu corpo também -, lavar suas roupas, limpar o chão, regar o jardim ...

Essas coisas pequenas, bem pequenas ...

Dizer olá a um estranho, o que não seria absolutamente necessário, já que não há qualquer interesse sobre ele.

A pessoa que pode dizer olá a um estranho também pode dizer olá a uma flor, também pode dizer olá a uma árvore, também pode cantar uma canção para os passarinhos.

Osho, em "Faça o Seu Coração Vibrar

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Viver é diferente de sobreviver

É triste ver tanta gente lutar para sobreviver.
E não estou falando apenas daqueles que ganham salário mínimo,mas de executivos que vivem angustiados com tantas pressões,de empresários que fogem de suas famílias,
pois não aprenderam a amar, de pessoas de todos os níveis sociais que estão sempre assustadas perante a vida.
São pessoas que não vivem.
Apenas sobrevivem, como se estivessem numa crise asmática permanente: aquela eterna falta de ar e, de vez em quando, o alívio rápido e passageiro.
Logo depois sentem de novo o sufoco insuportável.
Essas pessoas não vivem, sobrevivem.
E apenas sobreviver é trabalhar em algo sem sentido só para manter o salário; é fazer joguinhos de poder para manter o emprego; é sair com alguém que não se ama somente para aplacar a solidão; é ter relações sexuais só para manter o casamento;
é não conseguir desgrudar os olhos da TV, com medo de escutar a voz da consciência;
é ter de tomar alguns drinques para conseguir voltar para casa.
A sociedade nos pressiona diariamente para nos transformar em máquinas.
Todos os dias, pela manhã, uma multidão liga seu corpo como se fosse mais uma máquina e sai pela porta para uma repetição infinita de ações rotineiras sem nenhuma relação com sua vocação e seu talento.
E muita gente chama a isso livre-arbítrio.
Depois vão a massagens, saunas, fazem um monte de ginástica em busca de um pouco de energia extra para, no dia seguinte, voltar a fazer o mesmo trabalho que não tem
nenhuma relação com sua alma.
Muitos estados de depressão são, na realidade, frutos de uma terrível sensação de inutilidade.
Esse olhar vago do deprimido é muitas vezes o olhar de quem poderia ter aproveitado as oportunidades da vida, mas não soube valorizar o que era realmente importante.
Se, por acaso, você se identificou com a descrição acima, está na hora de mudar.
Aproveite o início de semana e mude !
O filósofo espanhol Julián Marías escreveu que a infelicidade humana está em não preferir o que preferimos.
Quando uma pessoa não prefere o que prefere, acaba se traindo.
As escolhas de nossa vida têm sempre de privilegiar a nossa essência.
Nossa vocação não tem nada a ver com ações sem afeto.
O ser humano nasceu para realizar a sua vocação divina.
No entanto, quantas vezes acabamos nos dedicando exclusivamente à sobrevivência!
Sobreviver e viver são experiências completamente distintas.
Viver é ser dono do próprio destino.
É saber escrever o roteiro da própria vida.
É ser participante do jogo da existência, e não mero espectador.
É viver as emoções, é ter os próprios pensamentos e viver os seus sonhos.
Sobreviver é administrar o tempo para que o dia acabe o mais rápido possível.
É conseguir ter dinheiro até o próximo pagamento.
É respirar de alívio porque chegou o final do expediente.
É ir resignado de casa para o trabalho e do trabalho para casa.
É adiar o máximo possível as mudanças para não ter de arriscar nada...
Chega de migalhas da vida!
Chega de viver como um fugitivo, olhando para os lados, com medo de tudo e de todos!
O ser humano merece mais do que simplesmente completar seus dias.
Merece a plenitude da vida.
"Se você já construiu castelos no ar, não tenha vergonha deles.
Estão onde devem estar.
Agora, construa os alicerces."

Roberto Shinyashiki

Ser

A disposição e alegria de um cãozinho, seu amor incondicional e sua presteza em festejar a vida a qualquer momento costumam contrastar muitas vezes com o estado interior do dono do cão, deprimido, ansioso, cheio de problemas, esmagado por pensamentos, ausente da única hora e do único lugar que existe: o aqui o agora. Até nos perguntamos: como é que o cãozinho consegue continuar tão alegre e sadio vivendo ao lado dessa pessoa?

Quando você percebe a natureza apenas através da mente e do pensamento, não pode sentir a força de vida presente nela. Você só vê sua forma e não se dá conta da vida que existe dentro da forma: o mistério sagrado. Perceba como a flor é presente, como ela se entrega à vida. Observe um animal, uma árvore, e veja como eles repousam no ser. Sinta a imensa dignidade, inocência e dimensão que existem neles.

Preste atenção na sua respiração e perceba que não é você quem a controla. É a respiração da natureza. Se você precisasse lembrar de respirar, morreria logo. E se tentasse parar de respirar, a natureza se encarregaria de manter a respiração. Você precisa da natureza como sua mestra para ajudar a religar-se com o ser.

Você não é separado da natureza. Todos nós fazemos parte da vida única que se manifesta de inúmeras formas no Universo. Formas completamente interligadas. Quando você reconhece o sagrado, a beleza, a incrível calma e dignidade de uma flor e de uma árvore, você acrescenta algo à flor ou à arvore. A flor, a árvore, o pássaro e a pedra não têm noção da sua beleza e do seu caráter sagrado. Através do seu reconhecimento, da sua percepção, a natureza também passa a se per5ceber. Através de você, ela passa a perceber sua própria beleza e seu caráter sagrado.

Quando os seres humanos conquistam a calma, eles vão além do pensamento. Na calma e no silêncio há uma dimensão adicional de conhecimento e de percepção que fica além do pensamento. A natureza pode levar você à calma interior. É um presente dela. Quando você sente a calma da natureza e participa dela, essa calma fica permeada e enriquecida pela sua atenção. ESSE É O SEU PRESENTE PARA A NATUREZA.

Eckhart Tolle
Em "Poder do Silêncio"

Oração à mim mesmo

Que eu me permita olhar e escutar e sonhar mais. Falar menos. Chorar menos.
Ver nos olhos de quem me vê a admiração que eles me tême não a inveja que prepotentemente penso que têm.Escutar com meus ouvidos atentos e minha boca estática,as palavras que se fazem gestos e os gestos que se fazem palavras.
Permitir sempre escutar aquilo que eu não tenho me permitido escutar.
Saber realizar os sonhos que nascem em mim e por mim ecomigo morrem por eu não os saber sonhos.
Então, que eu possa viveros sonhos possíveis e os impossíveis; aqueles que morrem e ressuscitam acada novo fruto, a cada nova flor, a cada novo calor, a cada nova geada, a cada novo dia.

Que eu possa sonhar o ar, sonhar o mar, sonhar o amar, sonhar o amalgamar.Que eu me permita o silêncio das formas, dos movimentos, do impossível,da imensidão de toda profundeza.
Que eu possa substituir minhas palavras pelo toque, pelo sentir, pelo compreender,pelo segredo das coisas mais raras, pela oração mental (aquela que a alma cria e que só ela, alma, ouve e só ela, alma, responde).
Que eu saiba dimensionar o calor, experimentar a forma, vislumbrar as curvas,
desenhar as retas, e aprender o sabor da exuberância que se mostra nas pequenas manifestações da vida.
Que eu saiba reproduzir na alma a imagem que entra pelos meus olhos fazendo-meparte suprema da natureza, criando-me e recriando-me a cada instante.

Que eu possa chorar menos de tristeza e mais de contentamentos.
Que meu choro não seja em vão, que em vão não sejam minhas dúvidas.
Que eu saiba perder meus caminhos mas saiba recuperar meus destinos com dignidade.
Que eu não tenha medo de nada, principalmente de mim mesmo:
Que eu não tenha medo de meus medos!Que eu adormeça toda vez que for derramar lágrimas inúteis,e desperte com o coração cheio de esperanças.

Que eu faça de mim um homem sereno dentro de minha própria turbulência,sábio dentro de meus limites pequenos e inexatos, humilde diante de minhas grandezas tolas e ingênuas(que eu me mostre o quanto são pequenas minhas grandezas e o quanto é valiosa minha pequenez).

Que eu me permita ser mãe, ser pai, e, se for preciso, ser órfão.Permita-me eu ensinar o pouco que sei e aprender o muito que não sei,traduzir o que os mestres ensinaram e compreender a alegria com que os simplestraduzem suas experiências; respeitar incondicionalmente o ser; o ser por si só,por mais nada que possa ter além de sua essência, auxiliar a solidão de quem chegou,render-me ao motivo de quem partiu e aceitar a saudade de quem ficou.

Que eu possa amar e ser amado.Que eu possa amar mesmo sem ser amado, fazer gentilezas quando recebo carinhos;fazer carinhos mesmo quando não recebo gentilezas.Que eu jamais fique só, mesmo quando eu me queira só.

Amém

Oswaldo Antônio Begiato

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Amar e ser amado e a infelicidade humana.

Qual será a causa básica da infelicidade humana?

Poucas pessoas se têm questionado acerca de um assunto de vital importância: existe uma única forma de ver o mundo, por ser a única real e verdadeira, ou a "realidade" do mundo depende da percepção daquele que a vê? Grande número de pessoas admite a primeira alternativa, só que em seu enfoque mais negativo. Pensam assim:"Existe uma só maneira de ver o mundo, nada poderemos fazer para mudá‑la por que se tentarmos seríamos triturados e, além disso, não vale a pena porque o mundo e as pessoas são assim mesmo. Portanto, tentemos passar o melhor possível, aproveitemos ao máximo e quando as coisas se virem contra nós agüentaremos resignadamente; é o preço que temos que pagar por sermos uns "míseros pecadores". E esta maneira de pensar é, nem mais nem menos, a causa básica da infelicidade.

Ou seja: a causa básica da infelicidade humana é se resignar frente ao mundo exterior, às circunstâncias, aos acontecimentos, as pessoas aparentemente todo-poderosas, aos supostos caprichos da sorte ou de forças sobrenaturais, nem imaginando como agir para superar essas barreiras e se levantar até a meta sonhada da realização afetiva. Esta resignação cria seu próprio ambiente negativo, povoado pelos fantasmas do tédio, das preocupações, do sentimento de culpa, da sensação de separatividade, da insatisfação afetiva, entre outros. Nesse contexto, estes fantasmas tomarão conta do campo mental e emocional da pessoa envolvida, prejudicando sua vida toda e em especial seus sentimentos e seu modo de pensar e de agir.

O tédio é um dos ingredientes mais freqüentes da infelicidade, e ele pode ser compreendido como um sentimento de frustração, produzido como conseqüência do contraste entre a situação que se está vivendo e outras circunstâncias, reais ou imaginárias, mas caracterizadas por uma lembrança bem mais agradável.

Na verdade, o tédio tem existido em todas as épocas, principalmente nas classes altas das diferentes civilizações, mas ele tem seu ponto culminante na sociedade moderna, superficial, mecânica, cheia de falsas atrações que parecem manter ocupados os sentidos, mas de uma forma fictícia.

Realmente, estas atrações são anestésicos que conseguem adormecer às pessoas durante um certo tempo, mas quando seu efeito passa, a dor é mais intensa, e como ninguém pode viver, permanentemente anestesiado, o tédio mascarado durante um certo período, volta e cada vez com mais intensidade, fazendo muito infeliz a pessoa, a obrigando a programar diversões, distrações e atividades cada vez mais elaboradas e também mais artificiais para obter aquela pausa de alívio. As doses devem ser cada vez mais altas, mas também é mais intensa a deterioração física, mental, emocional e intelectual.

O ser humano é muito mais que um animal egoísta, mais que seus cinco sentidos apenas, mais que um hedonista(*) exclusivo. Ele é, antes de tudo, um feixe de sentimentos, e tudo aquilo que não os alimente nem os fecunde e que só sirva para deformá-los e deturpá-los, é antagônico às ânsias íntimas do homem, contrário a sua verdadeira essência interior, oposto a sua natureza divina.

Se seu problema fosse "tédio", ataque ele já. E não peque por falta de coragem, porque temos uma boa notícia para lhe dar. Até seria razoável lhe dar parabéns. Não considere isto uma piada, porque se trata de uma realidade palpitante. Vamos analisar o caso com certo detalhe.

Antes de tudo, você precisa concordar com a idéia de que nós os seres humanos não somos grãos de pó, perdidos no meio de imensas constelações e universos e sim maravilhosas peças criadas com infinito amor pelo Artífice Supremo.

E você é um ser humano, portanto uma criatura maravilhosa. Medite um pouco nisto. Não sabemos sua idade, sexo, profissão, aspecto físico nem o número de sua conta bancária, mas afirmamos ‑ sem dúvida ‑ que você é um ser maravilhoso!

Por acaso lhe estaremos dizendo isto por bajulação? Ou talvez seja um recurso psicológico para estimular a aprendizagem?

Nenhuma dessas hipóteses é certa. Dizemos que você é uma criatura maravilhosa, apenas como conseqüência de um raciocínio a nível mais elevado. Com efeito, sabemos que Deus criou tudo o que existe, e em particular sua obra mais perfeita: o ser humano. Portanto, considerando que o Criador é infinitamente sábio, não pode ter feito o homem sem nenhuma finalidade, propósito ou objetivo.

O objetivo Cósmico só pode ter sido um: criar o ser humano para ser feliz, para que ame e seja amado, para que expanda sua Glória pelos confins da Terra, para que seja sua manifestação no mundo material. E isso acontece com todas as pessoas e, portanto com você!

Mas junto com essas bênçãos foi concedido ao homem outro atributo: o livre arbítrio. Sua vontade é livre, ela não está presa aos objetivos Divinos. Deus é paciente. Ele espera até que cada um de nós vença seu orgulho absurdo e supere sua ignorância enorme. Muitas lições e experiências serão necessárias viver nesta caminhada em direção à luz; muito sofrimento acontecerá na marcha, mas há uma meta e ela é maravilhosa.

Precisamente quando o vazio e o tédio invadem a vida de uma pessoa e eles se tornam insuportáveis, estamos nos primórdios de uma transformação incrível: a horrível lagarta está pronta para se converter numa belíssima borboleta. O que está acontecendo? Quando o tédio está nesta fase, é que nossa Alma começa a se rebelar contra o modo que percebemos o mundo, aquele modo único e imutável. Nossa Alma já não suporta mais a prisão porque sabe que existe outra forma de viver, repleta de mágicos cânticos de paz e amor. Temos completado um ciclo, temos aprendido a lição.

Se você está nesta fase, se já não agüenta mais uma vida vazia e sem sentido, é porque já esgotou sua capacidade de errar. Acontece como se uma luz nova se escondesse em seu interior e lhe indicasse que toda sua luta antiga, seu desespero, sua angústia e sua ansiedade são insuportáveis. Você deve se libertar delas já.
Siga o rastro da nova luz que amanhece em seu interior, acompanhe seu vislumbre e verá que ela o empurra em direção à sua evolução espiritual. Esteja muito atento.

Sua Alma está começando a se expressar e seu destino é maravilhoso: as praias da felicidade e o calmo porto do amor correspondido. Parabéns!

por José A Bonilla - bonilla.bhz@terra.com.br