Desde criança sinto esta
energia esquisita. Sempre senti que as pessoas estão competindo uma com as
outras o tempo todo. Conheci pouquíssimas pessoas na minha vida que eu percebia
que realmente torcem e querem o bem e a evolução do outro. Encaro como pobreza
de espirito essa necessidade que um indivíduo tem, e o prazer que sente, de
querer ser melhor do que o outro.
E quem tem esse furor por
superar a todos, inclusive amigos, não são pessoas que devemos ter em nosso
ciclo de amizades. Afinal que relação é essa que existe não pelo afeto ou
afinidade, mas pela competição. E assim infelizmente sobra muito pouca gente para
serem nossos amigos.
As pessoas são criadas para
serem melhores do que os filhos do vizinho, do que os colegas de classe, do
trabalho, de qualquer lugar, porque seus pais entendem que se destacando dos
demais só assim seus filhos terão valor, respeito e principalmente,
privilégios.
Ocorre que a competição ocupa
o espaço do respeito, que a concorrência ocupa o espaço do amor. Em qualquer
tipo de competição, o que existe é a desvalorização da capacidade do outro. É a
ocultação a qualquer custo da admiração substituindo-a pela inveja. E a inveja
nasce da incapacidade de admirar, nos outros, o que eles têm ou conseguem.
Nada empobrece mais uma alma
do que a inveja.
Andre Luis Aquino