Além do horizonte, existem outros mundos a serem descobertos.
Lá, folhas não caem, elas flutuam.
Lá, o meio de transporte são pássaros que vem até você e com o suspiro de seu amor, neste mundo todos andam de mãos dadas lá é aonde a harmonia toma conta da natureza de todas as espécies viventes.
Lá, não colhemos flores, mas as flores colhem a gente.
Chegou o tempo de despertar e acreditar que esta vida vale apena ser vivida.
-Rhenan Carvalho-

sábado, 29 de setembro de 2012

Observo em nós apenas uma única coisa que nos pode dar justa razão para nos estimarmos, a saber: o uso do nosso livre-arbítrio e o domínio que temos sobre as nossas vontades. Pois as ações que dependem desse livre-arbítrio são as únicas pelas quais podemos com razão ser louvados ou censurados, e ele torna-nos de alguma forma semelhante a Deus ao fazer-nos senhores de nós mesmos, desde que por cobardia não percamos os direitos que nos dá. 
Assim, creio que a verdadeira generosidade, que faz um homem estimar-se a si mesmo no mais alto grau em que pode legitimamente estimar-se, consiste somente, por uma parte, em que ele sabe que não há algo que realmente lhe pertença a não ser essa livre disposição das suas vontades, nem por que ele deva ser louvado ou censurado a não ser porque faz bom ou mau uso dela; e, por outra parte, em que ele sente em si mesmo uma firme e constante resolução de fazer bom uso dela, isto é, de nunca deixar de ter vontade para empreender e executar todas as coisas que julgar serem as melhores. Isso é seguir perfeitamente a virtude. 

Nota: O latim generosus designa o homem ou animal que é de boa raça. Portanto, «generoso» é antes de tudo aquele que é de raça nobre e, no sentido figurado ou moral, aquele que demonstra grandeza de alma. 

René Descartes

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Existe Deus?

Conta-se que Buda, o grande líder religioso, estava reunido com seus discípulos certa manhã, quando um homem se aproximou e perguntou:
- Existe Deus?
O mestre penetrou no olhar do desconhecido por alguns segundos e respondeu objetivamente:
- Sim, Deus existe.
O tempo passou e, após o almoço, um outro homem se acercou do sábio e questionou:
- Existe Deus?
Buda fitou o homem rapidamente, e logo lhe respondeu:
- Não, não existe.
Ao final da tarde, então, uma terceira pessoa se achegou a ele, e lhe fez a mesma pergunta:
- Mestre, existe Deus?
O sereno e experiente sábio procurou os olhos do questionador, e explicou:
- Você é quem irá decidir.
O homem se afastou pensativo e logo os discípulos de Buda lhe exigiram satisfações:
Mestre, que absurdo! - disse o mais surpreso deles - como o senhor dá respostas diferentes para a mesma pergunta?
Com paciência e tranqüilidade, respondeu então o iluminado:
- Porque são pessoas diferentes! E cada uma delas se aproximará de Deus à sua maneira: através da certeza, da negação e da dúvida..
O fundador do budismo estava certo: somos pessoas diferentes, almas que já viveram as mais diversas experiências através das inúmeras existências.
Assim, cada um de nós irá se aproximar da verdade da sua forma.
E esta é uma das razões pela qual encontramos no mundo religiões diferentes, crenças distintas, e as mais diversas formas de interpretar a verdade.
Cada uma dessas interpretações aplica-se a um grupo de espíritos, conforme suas necessidades naquele momento da sua evolução.
É por essa razão que não podemos criticar as crenças que divergem da nossa, pois cada um encontrará a verdade de uma maneira e cada um encontrará a religião, a doutrina que lhe preencha a alma, que lhe complete, que lhe console.
Não podemos jamais ter a pretensão de que a nossa seja a melhor crença.
Ela é a melhor sim, para nós, para nossos anseios, para as nossas necessidades pessoais, mas nunca teremos o direito de impor, de converter alguém à força, à doutrina que abraçamos.
É muito importante lembrar da lição de Buda, que nos convida à reflexão, e à mudança de atitudes em relação à liberdade de crença.
Cada um de nós se aproximará de Deus à sua maneira: através da certeza, da negação, ou da dúvida.
Você sabia?
Você sabia que Kardec, na primeira obra da codificação, questiona aos espíritos por que sinal se poderá reconhecer a religião que realmente seja a expressão da verdade?
A resposta dos espíritos foi a seguinte:

"Será aquela que fizer mais homens de bem e menos hipócritas, quer dizer, praticantes da lei de amor e caridade na sua maior pureza e na sua mais larga aplicação."