Além do horizonte, existem outros mundos a serem descobertos.
Lá, folhas não caem, elas flutuam.
Lá, o meio de transporte são pássaros que vem até você e com o suspiro de seu amor, neste mundo todos andam de mãos dadas lá é aonde a harmonia toma conta da natureza de todas as espécies viventes.
Lá, não colhemos flores, mas as flores colhem a gente.
Chegou o tempo de despertar e acreditar que esta vida vale apena ser vivida.
-Rhenan Carvalho-

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Reflexões de Osho acerca do amor

“Eu chamo de materialista o homem que não conhece a arte de amar. Eu não chamo de materialista o homem que não acredita em Deus. E eu não chamo de religioso o homem que acredita em Deus. Eu chamo de religioso o homem que está crescendo em seu amor, em sua confiança – e vai espalhando seu êxtase por toda a existência”.

Osho


O AMOR É UM LUXO

Amado Mestre,
O que acontecerá ao amor se não houver nada nem ninguém para conhecê-lo e prová-lo.

O homem se torna maduro no momento em que começa a amar, em vez de precisar: ele começa a transbordar, a compartilhar; ele começa a dar. A ênfase é totalmente diferente. Com o primeiro, a ênfase está em como conseguir mais. Com o segundo, a ênfase está em como dar, como dar mais, e como dar em continuidade. Isso é crescimento, maturidade chegando até você.

Como pode uma necessidade ser amor? Amor é um luxo. É abundancia. É ter tanta vida que você não sabe o que fazer com ela; então você compartilha. É ter tantas canções em seu coração, que você tem que cantá-las – se alguém as ouve ou não, não é relevante. Se ninguém ouvir, você também terá que cantá-la, você terá que dançar a sua dança.

O outro pode receber, o outro pode deixar escapar – mas no que diz respeito a você, o amor está fluindo, está transbordando. Os rios não corem por sua causa, eles estão fluindo esteja você lá ou não. Eles não fluem pela sua sede, eles não fluem para seus campos sedentos; eles estão simplesmente fluindo. Você pode matar sua sede, você pode não aproveitar – depende de você. O rio não estava realmente fluindo por você, ele simplesmente estava fluindo. É acidental que você possa conseguir água para seu campo, é acidental que você possa conseguir água para você.

Quando você não tem amor, você pede ao outro para dá-lo a você. Você é um amor. E o outro está lhe pedindo que você dê a ele ou a ela. Agora, dois mendigos estendendo suas mãos, um diante do outro, e ambos estão esperando que os outros tenha... Naturalmente ambos se sentem frustrados no fim; e ambos se sentem enganados.

Ora, esse é o paradoxo: aqueles que se apaixonam, não tem amor algum, e é por isso que se apaixonam. E porque eles não tem amor, eles não podem dar. E uma coisa mais: uma pessoa imatura, sempre se apaixona por uma pessoa imatura, porque somente eles podem se entender. Uma pessoa madura ama uma pessoa madura. Uma pessoa imatura ama uma pessoa imatura.

O problema básico amor é primeiro se tornar maduro, então você pode encontrar um parceiro maduro; então as pessoas imaturas não o atrairão de maneira alguma. É exatamente assim, se você tem 25 anos de idade, você não se apaixona por um bebê de dois anos de idade, você não se apaixona – exatamente assim. Não acontece, não pode acontecer. Quando você é uma pessoa psicológica e espiritualmente madura, você não se apaixona por um bebê. Não acontece, não pode acontecer. Você pode ver que não tem sentido.

Na realidade uma pessoa madura não se apaixona, não “cai de amor”, ela se “eleva” em amor, a palavra “cair” não é certa. Somente as pessoas imaturas caem; elas tropeçam e caem de amor. De alguma forma elas estavam conseguindo se manter em pé. E, então, elas não conseguem se manter em pé – elas encontram uma mulher e caem, elas encontram um homem e caem. Elas sempre estiveram prontas para cair no chão e rastejar. Elas não têm espinha dorsal; elas não tem a integridade de se manter em pé sozinhas.

Uma pessoa madura tem a integridade de estar sozinha. E quando uma pessoa madura dá amor, ela se sente grata por você ter aceito seu amor, e não vice-versa. Ela não espera que você seja grato por isso – não, de jeito nenhum, ela não precisa nem mesmo do seu agradecimento. Ela o agradece por você ter aceito o seu amor.

E quando duas pessoas maduras estão se amando, um dos maiores paradoxos da vida acontece, um dos fenômenos mais bonitos: elas estão juntas e ainda assim tremendamente sozinhas; elas estão tão juntas, são quase um. Mas esta unidade não destrói a unidade de cada um; na verdade ela as realça: elas se tornam mais individuais. Duas pessoas maduras no amor, ajudam uma a outra a se tornarem mais livres. Não há nenhuma política envolvida, nenhuma diplomacia, nenhum esforço para dominar. Como você pode dominar a pessoa que você ama?

Quando você chegou em casa, quando você passou a conhecer quem você é, então um amor surge em seu ser. Então a fragrância se espalha e você pode partilhar com os outros. Como você pode dar uma coisa que você não tem? Para dá-la, o primeiro requisito básico é que você tenha.

Como você pode dar presentes quando você não tem? Isso você ouve e você entende, mas então surge um problema, porque o entendimento é apenas intelectual. Se ele tiver penetrado o seu ser, se você tiver visto a factualidade disso, nenhuma questão surgirá.

Então você esquecerá todos os seus relacionamentos de dependência e você começará a trabalhar em seu próprio ser: clareando, limpando e tornando seu centro interior mais alerta, consciente; você começara a trabalhar dessa maneira. E quanto mais você começar a sentir que está chegando uma tonalidade certa, mais você descobrirá que o amor está crescendo junto – é uma conseqüência.

Ele não precisa ser reconhecido: ele não precisa nenhum reconhecimento, não precisa de nenhum certificado, não precisa de ninguém para prová-lo. O reconhecimento do outro é acidental, não essencial, para amor; o amor continuará fluindo. Ninguém o prova, ninguém o reconhece, ninguém se sente feliz, deleitado por causa dele – o amor continuará fluindo, porque no próprio fluir você se sente tremendamente alegre. No próprio fluir... quando sua energia está fluindo.

Você está sentado num quarto vazio e a energia está fluindo e enchendo o quarto vazio com seu amor; ninguém está lá – as paredes não dirão “obrigado” – ninguém para reconhecê-lo, ninguém para prová-lo. Mas isso não importa, absolutamente. Sua energia está sendo liberada, fluindo... você se sentirá feliz. A flor fica feliz quando a fragrância é liberada aos ventos; se os ventos o sabem ou não, não importa.

Eu sou. Eu sou. Se os discípulos estão aí ou não, é irrelevante; eu não sou dependente de vocês. E todo o meu esforço aqui é que vocês também se tornem independentes de mim.

Eu estou aqui para lhes dar a liberdade. Eu não quero aleijá-los, de maneira alguma; eu quero simplesmente que vocês sejam vocês mesmos. E no dia em que você se tornar independente de mim, você será capaz de me amar realmente – não antes disso.

Eu amo vocês. Não posso evitá-lo. A questão não é se eu posso amá-los ou não, eu simplesmente os amo. Se vocês não estiverem aí, esse auditório estará cheio de amor, não fará nenhuma diferença. Essas árvores ainda estão recebendo meu amor, esses pássaros continuarão recebendo-o. E mesmo que todas as árvores e todos os pássaros desapareçam, isso não fará diferença alguma – o amor ainda estará fluindo. O amor é; então, o amor flui.

O INIMIGO REAL DO AMOR


Em lugar do medo, viva o amor; eles são pólos opostos. As pessoas geralmente acham que o amor e o ódio são opostos; isso é errado, eles não são. O amor e o ódio são a mesma energia. O amor pode se tornar ódio, o ódio pode se tornar amor; eles são conversíveis. Então eles não são opostos, são complementares.

Na realidade nós amamos e nós odiamos a mesma pessoa: o amor e ódio estão sempre juntos. A oposição real é entre o amor e o medo. Eles nunca estão juntos; se você se tornar muito apegado ao medo, o amor desaparece. O medo não pode ser convertido em medo; eles não são conversíveis.

Somente o amor torna alguém rico. O medo aleija, paralisa, e quanto mais paralisado, mais medroso você se torna; então é um círculo vicioso. O amor lhe da asas, ajuda-o a relaxar na vida, lhe dá coragem para experimentar a vida de maneiras diferentes. Permite-lhe todo o espectro da vida, é multidimensional. É o arco-íris inteiro, todas as cores da vida. Então a primeira coisa: abandone o medo e beba mais e mais amor, substitua o medo por amor.

E a segunda coisa: pense no céu, na vastidão; pense na liberdade, no infinito. Não pense em coisas pequenas, triviais. O medo sempre pensa em coisas pequenas; o amor nunca pensa em coisas pequenas. O amor está pronto para sacrificar tudo; o amor pensa somente no vasto. É uma águia no vento, a procura do desconhecido.

Onde você estiver, procure estar lá de verdade

Sei que acharão estranho estar em determinado lugar e ao mesmo tempo não estar, ou, muitas vezes, estar e não percebermos que não estamos. Louco isso, não?

Quantas vezes vamos a determinados lugares que preferíamos não ir, muitas vezes vamos contrariados, pela insistência dos amigos; lugares que não sabemos bem o porquê, mas nos sentimos mal desde o momento em que entramos e nos deparamos com pessoas que nada têm a ver com o nosso agir, nosso falar e nosso pensar.

Tenho certeza que você já se sentiu assim. Em uma reunião com velhos amigos, em uma festa acompanhando alguém, uma viagem que insistiram para que fosse, um aniversário de quem você nunca viu mais gordo, mas você foi para agradar terceiros, enfim... lugares e momentos que além de não nos dizerem nada, nada agregam à nossa vida. E, no dia seguinte, nos perguntamos - O que é que eu estava fazendo lá?
Mas eu lhe digo: na verdade, você não estava lá.

Pois é... muitas vezes o nosso espírito, o nosso eu interior, fala conosco através desses sentimentos de estranheza de repúdio, de incômodo, mas nunca damos ouvidos; ao contrário, procuramos insistir em momentos que a nada nos levam, a não ser a um sentimento de vazio interior.

Para estarmos felizes, onde quer que estejamos, precisamos antes de tudo estar por completo, em mente, corpo e alma e, definitivamente, estarmos lá de verdade.
Dou aqui como exemplo: o dia da nossa formatura, o dia em que nasceu o filho, o dia do primeiro beijo, momentos inesquecíveis que não irão se desmanchar com o passar do tempo, porque estávamos lá de verdade.

Fazemos tantas coisas de uma maneira mecânica, até para seguir determinadas convenções sociais, que não nos damos conta do tempo que desperdiçamos com bobagens e com tantas outras inutilidades em nossas vidas.

Eu tomei há muito tempo uma decisão em minha vida: Não vou mais a lugares onde não me sinta bem, onde não estarei lá de verdade, não mantenho nenhum tipo de amizade com quem nada me diz, e fujo dos espertalhões que em tudo querem levar vantagem.

Noto que hoje o mote das pessoas é se vangloriar de atitudes que ao meu modo de pensar não existe valor algum. Atitudes machistas, fúteis, mal educadas e desrespeitosas para com as pessoas, e vantajosas só para um lado.

Não freqüento mais a casa de pessoas invejosas e nem faço questão nenhuma que freqüentem a minha; pessoas que são interesseiras, que procuram sempre saber como você vai e não como você está.
Pessoas que querem saber com que carro você está andando, como vai a sua empresa; se você está ganhando dinheiro ou não; pessoas que não conseguem ser feliz com sua própria vida. Notei que se assim eu o fizer, não serei eu e, definitivamente, não estarei lá.

Portanto, eu sei que existem coisas que muitas vezes não dá para mudar, principalmente no mundo corporativo, onde as amizades são na maioria por interesse, mas posso mudar o meu interior e não ser mais um, nesse inconsciente coletivo, onde falsos valores misturam-se com verdadeiros e a palavra ética há muito ficou esquecida. Definitivamente, sei e escolho onde quero estar de verdade.

Pense nisso.


Nelson Sganzerla

Oração de Francisco de Assis



Oração de Francisco de Assis

Você já ouviu falar na Oração de Francisco de Assis?

Sim, é aquela prece belíssima, que fala de paz, de amor, perdão, esperança, alegria e fé.

Na rogativa, São Francisco demonstra sua grandeza d’alma e sua verdadeira humildade.

Nós, que tanto temos buscado auxílio para vencer as dificuldades que nos rodeiam, talvez pudéssemos encontrar, em suas palavras, um roteiro de auto-ajuda.

Desejando tornar-se útil a si mesmo e aos semelhantes, diz ele:

"Senhor, faze de mim um instrumento da Tua paz".

Quanto a nós, seria interessante que indagássemos com freqüência: "Sou um instrumento da paz?"

Onde estou, as pessoas se sentem mais tranqüilas, mais animadas, mais felizes?

Ou será que a paz se despede no exato momento em que vou chegando?

Ele continua:"Onde houver ódio, que eu semeie o amor".

Mahatma Gandhi dizia que alguém que atingiu a plenitude do amor, é capaz de neutralizar o ódio de milhões.

Ele próprio foi o exemplo vivo dessa realidade, pois em nome do amor e da não-violência conseguiu que a Índia se libertasse do jugo inglês, sem derramamento de sangue.

Além de não fazer guerra, Ghandhi, com sua filosofia pacifista, fez com que fossem superados os ressentimentos seculares dos indianos por seus dominadores.

E nós? Temos semeado o amor, onde haja o ódio?

Certa feita, um funcionário de uma grande empresa estava furioso com o gerente que vivia a transferi-lo de setor. Certamente agia assim para pressioná-lo a se demitir.

Cogitava disso quando um colega, semeador da paz, o desarmou falando-lhe com firmeza:

"Você está enganado quanto ao nosso chefe, meu amigo. Ele o admira muito, sabe que é eficiente e digno de confiança. Por isso o tem encaminhado para os setores onde há problemas, consciente de que você sabe resolvê-los."

Com sua intervenção benéfica, o companheiro passou a ver as iniciativas do gerente com simpatia, dedicando-se ao trabalho com mais vontade e alegria.

O Santo de Assis roga com o coração aberto: "Onde houver injúria que eu semeie o perdão".

E se alguém nos fala em vingança, com o coração cheio de mágoa, qual é a nossa orientação?

Dizemos que a mágoa é como um espinho cravado no peito, que machuca, dói, incomoda... Orientamos que perdoe para libertar-se? Ou cravamos em seu peito alguns espinhos a mais?

"Onde houver dúvida que eu semeie a fé."

"Esperança, onde houver desespero."

"Luz, onde haja escuridão."

"Alegria, onde haja tristeza."

Ele termina com as afirmações: "É dando que se recebe; perdoando que somos perdoados; e é morrendo que nascemos para a vida eterna."

Na proposta final, Francisco de Assis refere-se à superação do eu egoístico que nos domina; à eliminação dos interesses pessoais para o nascimento do legítimo cristão, liberto de impurezas e imperfeições.

* * *

Pense nisso!

Quando o Santo de Assis diz que é morrendo que nascemos para a vida eterna podemos entender que, após superadas as reencarnações expiatórias, teremos a existência em plenitude nos planos mais altos do Infinito, onde habitam os puros espíritos e onde não há acesso para a morte.

Pensemos nisso!



Base no artigo Auto-ajuda, de Richard Simonetti, publicado na Revista Reformador, junho.1997, ed. FEB.