Além do horizonte, existem outros mundos a serem descobertos.
Lá, folhas não caem, elas flutuam.
Lá, o meio de transporte são pássaros que vem até você e com o suspiro de seu amor, neste mundo todos andam de mãos dadas lá é aonde a harmonia toma conta da natureza de todas as espécies viventes.
Lá, não colhemos flores, mas as flores colhem a gente.
Chegou o tempo de despertar e acreditar que esta vida vale apena ser vivida.
-Rhenan Carvalho-

domingo, 16 de dezembro de 2007

Felicidade


Todo aquele que inicia sua jornada no autoconhecimento, deve estar preparado para os desafios que encontrará pela frente. O principal deles é quando suas escolhas, decisões e opiniões, passam a se confrontar com as do restante do mundo. De modo geral, surgem conflitos com as pessoas mais próximas, como a família e os amigos, que não conseguem compreender suas atitudes, agora ditadas por seu guia interior. Nesses momentos, podem surgir dúvidas quanto a essas escolhas, e o temor da rejeição por parte daqueles que se contraria. De fato, muitos poderão afastar-se de nós, e de outros nos afastaremos voluntariamente, já que não encontraremos nessa convivência a mesma sintonia de antes, quando éramos direcionados por nosso ego frágil e carente de aprovação.

O medo da desaprovação, aliás, é um dos motivos que leva muitas pessoas a agir de acordo com as expectativas que os outros nutrem a seu respeito, e não em sintonia com seu coração. Desse modo, garantem atenção e sentem-se pertencentes a um grupo, ainda que este não seja capaz de ajudar a preencher o seu vazio ou a reduzir a sua miséria interior.É necessário coragem para romper com tais padrões de comportamento e, quando a dúvida surgir, basta lembrar-se que a felicidade deve ser sempre o critério a guiar nossas escolhas. Se estivermos infelizes, precisamos tomar decisões que nos libertem desta infelicidade, ainda que estas decisões contrariem o restante do mundo.

Nem sempre podemos, a um só tempo, satisfazer nossos anseios e as expectativas que os outros alimentam sobre nós. Aliás, na maioria das vezes, esta conciliação não é possível. Portanto, por mais que nos acusem de egoístas ou individualistas, o importante é termos em mente que o amor por si mesmo e a busca da paz interior deve ser sempre a nossa principal diretriz. Se em algum momento tivermos de escolher entre nossa própria felicidade e a de outrem, devemos fazê-lo com total consciência. Aqueles que escolhem sempre o bem estar alheio, em detrimento de si mesmos, pagam um alto preço e mais cedo ou mais tarde, acabam cobrando dos outros por uma escolha que foi unicamente sua.

Perceber, a cada momento da vida, se estamos verdadeiramente felizes, exige uma consciência sempre alerta sobre nossos reais sentimentos. Este é o caminho mais seguro para que não tenhamos dúvidas quanto às nossas escolhas.“Perguntaram a Shibli: ‘Quem o guiou no Caminho’? Shibli respondeu: ‘Um cão. Um dia eu o vi, quase morto de sede, parado junto à água. Toda vez que ele olhava seu reflexo na água, ficava assustado e recuava, porque pensava ser outro cão.

Finalmente, era tamanha a sua sede, que abandonou o medo e se atirou para dentro da água; com isto, o reflexo desapareceu. O cão descobriu que o obstáculo - que era ele próprio -, a barreira entre ele e o que buscava, havia se desvanecido.
Da mesma forma, meu obstáculo se desvaneceu quando eu soube que aquilo que eu pensava ser eu mesmo, era o próprio obstáculo. E o meu Caminho foi-me mostrado, primeiro, pelo comportamento de um cão’....
Esta estória do Mestre Shibli é muito bonita.... Um homem que está pronto a aprender, pode aprender de qualquer lugar. Outro que não está pronto, não pode aprender nem mesmo de um Buda. Depende de você. Um cão pode se tornar um deus, se você estiver pronto a aprender. Mesmo um deus pode não parecer um deus, se você não está pronto. No final de tudo, depende de você.

Estar pronto a aprender significa estar aberto a todas as possibilidades, sem preconceito. ... De outro modo, quem observaria um cão? Você nem tomaria conhecimento, passaria por ele e perderia a oportunidade que fez de Shibli um homem transformado, que se tornou um guia. ‘Quem o guiou no Caminho?’, alguém perguntou a Shibli. Jamais podia pensar que ele responderia: ‘Um cão. Um dia, eu o vi, quase morto de sede, parado junto à água': Esse é o lugar onde todos vocês estão: junto da água, quase mortos de sede. Mas alguma coisa os impede, porque vocês não estão saltando para dentro. Alguma coisa os segura. O que é? É uma espécie de medo. Porque a margem é conhecida, é familiar, e pular no rio é ir em direção ao desconhecido. O conhecido é sempre morto como uma margem e o desconhecido é sempre fluido, fluido como um rio....

O medo sempre diz: ‘Agarre-se àquilo que é familiar, conhecido’. E então o medo faz você se mover em círculos, porque somente um caminho circular pode ser familiar. Você se move sempre e sempre no mesmo traçado. Tudo é conhecido. Alguém perguntou a Buda: ‘Você diz que a Verdade não pode ser ensinada. Então porque ensina? E diz que ninguém pode forçar qualquer pessoa a alcançar a Iluminação, então por que trabalha tanto com as pessoas’?
E dizem que Buda respondeu: ‘A Verdade não pode ser ensinada, mas a sede sim. Ou, pelo menos, você pode tornar-se consciente de sua sede - que está sempre presente, mas você a reprime’. Por causa do medo, você reprime a sede. Você continua reprimindo o que está continuamente ali. Um descontentamento profundo com tudo que está à sua volta. Um descontentamento divino, uma sede.

‘O cão descobriu que o obstáculo’ ... não estava fora, era ele próprio. ...Ele próprio era a barreira entre sua sede e a água, sua fome e a saciedade, seu descontentamento e a satisfação, sua busca e a meta, sua procura e o encontro. Não havia ninguém mais, exceto seu reflexo na água. E esse é o caso, exatamente, o caso de todos vocês, com todos. Ninguém os está impedindo. Algo como uma espécie do seu próprio reflexo entre você e seu destino, entre você como semente e você como flor - não há ninguém mais impedindo, criando qualquer obstáculo. Portanto, não continue a jogar a responsabilidade nos outros. Essa é uma forma de se consolar. Deixe de consolar-se, deixe de ter autopiedade. Olhe profundamente no espelho. E todos são um espelho à sua volta. Olhe fundo - você descobrirá seu próprio reflexo em toda parte.... Assim, seja qual for a situação, fique atento. E observe sem qualquer preconceito.

Observe sem o passado, sem um pensamento de sua parte. Não interprete. Observe! Se seus olhos estão claros, se sua percepção está clara, e você observa silenciosamente, todas as situações o conduzem ao Divino. É assim que deveria ser! Cada situação, cada momento da vida, conduz ao Divino. OSHO - do livro “Antes que você morra”.

Elisabeth Cavalcante

Observa o teu comportamento.


A psicologia é um instrumento valioso para o nosso aprimoramento espiritual. Usemo-la todos os dias, observando o nosso comportamento, alimentando os tesouros conquistados no reino da moral e substituindo os instintos inferiores por boas maneiras que a consciência educada no Evangelho aprova.

O tempo que gastaríamos na maledicência, aproveitemo-lo na auto-observação, com o sentido de nos melhorarmos em todas as freqüências espirituais. Esse exercício é um trabalho que agrada Jesus e conquista a amizade dos benfeitores da vida maior. Todos temos uma conduta, Entretanto, isto não basta, sendo necessário que tenhamos uma vida reta...

Essa é a parte que nos toca fazer e esse empenho é nosso, por direito e por justiça, por ter nas marcas das nossas mãos o nosso próprio melhoramento. Há inúmeras pessoas que fazem parte de organizações que desprezam a oração, que não conseguem nem sensibilizar a si mesmas, por lhes faltarem a energia atraída pela súplica. Esquecem-se também de que a oração nao é somente o balbuciar das palavras nem o decorar automático de frases ou páginas escritas pelos dirigentes das comunidades. Tudo o que fizeres dentro das Leis do Amor é uma oração a Deus, pois cada vez estarás enriquecendo a tua própria cultura espiritual, como faculta a tua consciência, na tranqüilidade do coração.

A prece é, pois, um ato de gratidão, quando mostramos o que já aprendemos na escola do Senhor. Em tudo o que estás fazendo com acerto, estás orando ao Criador e terás retorno de ambientes de maior conforto e paz para a tua jornada interminável. Quem não aprendeu a orar, não sentiu a vida na própria alma.

A prece te dará forças novas para corrigir as tua faltas, sejam quais forem. Quem vive no clima da oração, sente mais o céu palpitar por dentro e Deus a dirigir seus passos. O santo e o místico são dados a profundas meditações e são esses seres incompreendidos que nos dão exemplos de virtudes.

Não deixes o tempo passar sem que faças alguma coisa em teu benefício, mudando o teu modo de proceder, mudando no que aprendestes com as grandes almas. Para tanto, temos, por misericórdia divina, o pergaminho de Cristo como herança nossa. Vamos acertar a nossa vida na vida d'Ele, para que se façam as correções necessárias.

Todos sabemos e conhecemos o Bem e o Mal e quais os caminhos que devemos trilhar. Todos temos uma voz interior que deve ser ouvida, como que um alto-falante dentro da consciência, ligados por fios invisíveis ao microfone de Deus.

Se temos "ouvidos de ouvir", é justo que façamos uma cirurgia moral em nós mesmos, em nosso comportamento, para que a luz desabroche em nossos corações hoje e eternamente.

(Do Livro "Cirurgia Moral" - João Nunes Maia/Lancellin).

A Busca do Equilíbrio


O equilíbrio está dentro e não fora.
O equilíbrio não é um estado definitivo, estanque.
O equilíbrio é dinâmico. Exige vigilância constante para não fugir. Fica mais fácil equilibrar se entendermos o equilíbrio como uma faixa e não como um ponto.
A faixa de equilíbrio tem um limite para cima e para baixo, para a esquerda e para a direita, positivo e negativo.
Então o equilíbrio está na neutralidade – nem uma coisa nem outra, podendo ser um pouco cada lado, mas sem permanecer em lado nenhum.
A neutralidade não é um ponto, mas uma freqüência, e nesta freqüência você tem vários pontos. Como a freqüência AM e FM do rádio.
Em função da necessidade você usa um ponto ou outro, mas sem se identificar com nenhum deles.
Quando você se identifica você se desequilibra, pois tem que fazer um esforço muito grande para se manter naquilo com que se identificou.
Estar neutro é ser o que é preciso ser aqui e agora – é fazer o que é preciso fazer, sem se preocupar com certo ou errado.
Escolher entre certo e errado, bem ou mal é se dividir, é entrar em conflito. Quando entra em conflito entra a emoção – pronto, perdeu a neutralidade.
Você entra em conflito porque tem dúvida, a dúvida gera o medo (medo de errar), e o medo...
Bem, já sabemos o que o medo gera.....

Procura-se o autor.

Saber, Querer, Ousar, Fazer

A partir da formação do egotismo (eu sou eu) e do sentimento de separatividade (este sou eu e sou melhor que o outro), criou-se o Poder da Força, passando a humanidade a ser conduzida, não pelo mais sábio, mas pelo mais forte. Depois que se descobriu a máquina, motorizou a evolução e se conquistaram novos mundos a direção dos povos passou ao Poder Econômico que, pela força, determina Paz e Guerra, a prosperidade de poucos e a desgraça e morte de muitos, juntamente com a corrupção e o vício.

Com a velocidade da informação, haveis-vos alçado a um passo da conquista dos direitos do homem. Estes mesmos direitos, resumidos ao poder de compra e venda de bens, estão hoje nas mãos de 4 classes (capitalista, operária, militar e camponesa) que, ao invés de trabalharem para o bem comum (Igualdade, Fraternidade e Liberdade), preferiram rotular esses princípios de utopias e passaram a se destruir mutuamente.
Caminhais aos poucos para uma integração. A ciência redescobre a mística e a metafísica, os povos confraternizam e se unem. Eis que vos encontrais, como raça, em um ponto crítico de consciência, já experimentado por outros — um passo a menos e regredireis, um a mais e evoluireis em direção à coexistência pacífica e ao bem estar universal — o limiar da Nova Era.

Para que haja integração, é necessário que o homem se conscientize de sua totalidade e assuma pelo conhecimento, dentro da liberdade de escolha que é seu direito maior, da lei universal de causa e efeito ou carma. Não é possível que o homem deseje apenas a total responsabilidade por seus atos, que é afinal o resumo das leis de carma. Desejo é emoção, necessidade, carência. O desejo apenas recebe. É necessário o exercício da vontade — um poder inteligente que conduz à concretização do pensamento e da palavra, à criação, ao raciocínio com lógica, método, crítica inteligente e construtiva, e não com paixão. A vontade dá de si.

Dentro dos padrões sociais atuais, torna-se difícil o uso da vontade com fins altruístas e de harmonia? Usai-a então no sentido egoísta de melhorar o vosso mundo, as vossas condições de vida e as dos vossos filhos, até que vos seja possível alcançar um outro tipo de consciência. Começai por considerar o que tendes, o que sois e o que quereis, não só a nível de posses, mas de pensamentos, sentimentos e ideais. Sabendo isto podereis, com o exercício da vontade, partir para criar juntos, sem medo de preconceitos ou críticas destrutivas, novos hábitos, novas formas de convivência, novas instituições sociais/econômicas/políticas. Aptos a elaborar em conjunto uma reforma básica da vossa vida. Não alguém por vós, algum santo ou herói, mas vós mesmos.

Os indivíduos estabeleceram como hábito dizer uma coisa enquanto pensam outra e fazem algo diferente dessas duas primeiras opções, gerando desequilíbrio em si mesmos e no ambiente — se faltais ao respeito a vós mesmos, sendo incoerentes com aquilo em que acreditais, e o sabeis pois não podeis fugir de vós mesmos, como vos será possível respeitar o outro? Daí à falta de credibilidade é um passo, que acaba levando à insegurança, ao caos e a um mundo onde o "esperto" é idolatrado e o honesto desprezado. A insegurança gera medo. Pelo medo se morre diariamente um pouco.
Porque tantos entre vós dizem hoje "sim" à pena de morte? Porque tantos se fecham para qualquer gesto de auxílio a seus irmãos no mundo? Em parte porque ao longo de suas existências clamam a um salvador, qualquer salvador, que não está em si mesmos e que parece jamais os ouvir. Em seu desespero, em suas necessidades não respondidas, já se sentem mortos.

O que importa então: morrer um pouco mais? Porém, mudadas as causas mudam-se os efeitos. O equilíbrio de cada indivíduo consciente levará ao equilíbrio da sociedade. E o equilíbrio não vos será dado por governos ou amigos, não virá de fora. Ele é construído dentro de cada um de acordo com fórmulas que, de tão individuais, se tornam quase secretas.
É preciso coragem para saber, querer, ousar, fazer.
Não vos pedimos que vos torneis indivíduos "bonzinhos", mas que trabalheis com coerência para a conquista de novos caminhos que levem a uma estrutura social eficiente, dinâmica, equilibrada e à mobilização de recursos individuais para resultados globais.
Assim é.

Canalização: Maria João Sacagami