No domingo passado, fui assistir ao filme Nosso Lar. Confesso que, apesar de ser seguidora de uma doutrina espiritualista e de trilhar o caminho do desenvolvimento espiritual de várias maneiras, não me considero espírita. A razão desta minha afirmação é que eu não considero como 'verdade absoluta' algo que eu não sinta intimamente. Certamente, certezas não existem. Mas que faz sentido, isto faz. Eu sempre fui muito questionadora desde pequena; fui criada na Igreja Católica e em colégio de freiras! Não me considero católica, praticamente, pois questiono muitos dogmas da igreja, mas continuo professando minha fé, pois sinto uma grande afinidade com o mundo espiritual. Rezo e me uno em pensamento a Deus, aquele Deus que sinto presente em minha vida. Como boa pisciana que sou, sinto-me intimamente fazendo parte do Todo e muitas vezes me percebo deslocada no mundo material.
Mas vamos ao filme... Amei, simplesmente amei! As imagens são belíssimas e a interpretação primorosa. Desejo do fundo do meu coração que após nossa morte realmente consigamos obter repouso num lugar onde exista tanta Paz e Serenidade. Desejo chegar lá, mas como farei? Como conseguirei obter créditos e merecimentos para conseguir entrar no Nosso Lar? Que caminho percorrer?
Aqueles que costumam ler os artigos publicados pelos colaboradores do STUM são certamente pessoas em busca de um desenvolvimento espiritual. Como eu, são pessoas que se fazem perguntas, que buscam cumprir sua missão, que procuram respostas para suas dúvidas. Os colaboradores também, ou seja aqueles que pesquisam, estudam e escrevem os artigos oferecendo sua ajuda profissional, seguem o mesmo caminho espiritual, compartilhando o conhecimento adquirido. Sinto que estamos todos juntos neste caminho. Percebo que o caminho espiritual é maravilhoso e gratificante, pois nos oferece inúmeras recompensas, porém, ele tem também seus percalços e seus obstáculos e estes não são poucos!
Em geral, quando estamos percorrendo o caminho, sentimos a necessidade de compartilhar nosso conhecimento e, especialmente, de encontrar um líder, pois sentimos a necessidade de um mentor. Porém, quando o encontramos, por sentirmos afinidade com uma teoria ou doutrina, temos tendência a considerar nosso mentor como alguém infalível, como uma espécie de ser superior. No entanto, por mais que alguém esteja 'adiantado' no caminho da espiritualidade, não devemos esquecer que ele ainda é humano e não divino! Somente os Mestres Ascensionados, os Guias Espirituais, já alcançaram a plenitude do seu desenvolvimento espiritual. Portanto, seja como líderes ou como seguidores, devemos agir sempre com humildade e compaixão em relação aos nossos irmãos de caminhada. Essa é uma lição importante, sobre a qual venho refletindo muito ultimamente e que me alcançou claramente através das mensagens do filme Nosso Lar. Amor ao próximo, humildade e compaixão são certamente as chaves para 'chegar lá'!
Outra coisa importante com a qual venho refletindo: alguém que expõe suas idéias sobre a espiritualidade pode 'virar vidraça' sempre que falhar! Se eu demonstrar raiva, descontrole ou impaciência -por exemplo- sempre haverá alguém para me dizer: "Mas você, que se diz tão espiritualizada, como não consegue se controlar"? É isso aí, caros leitores, viramos vidraça! Como estamos sempre dando exemplo com nossas ações e com nosso comportamento, precisamos vigiar nossos pensamentos e nossas ações, porque estaremos servindo de exemplo. Somos 'embaixadores' do conhecimento espiritual e por isso somos responsáveis por aqueles que nos seguem. Será nosso comportamento na sociedade onde vivemos que fará a diferença e que nos tornará melhores a cada dia, e não nossas palavras! Confesso que tudo isso é bem difícil de pôr em prática. Orai e Vigiai, disse Jesus.
Por estar vivendo diariamente num hospital, onde assisto a muito sofrimento e dor, às vezes saio deprimida de lá (estou com um trânsito de Saturno sobre meu Netuno Natal na Casa 8!), e reflito muito ultimamente sobre o desprendimento da matéria no momento da passagem. Porém, tenho medo de dar conselhos para não pecar de orgulho parecendo 'dona da verdade'.
Como falar de espiritualidade, de vida após a morte, para uma pessoa que sofre numa cama de hospital e se torce de dor? Como encontrar as palavras certas se não através da Fé? Aos olhos dos que nos pedem ajuda, representamos uma luz de esperança, mas não somos assim tão fortes! Muitas pessoas que nos escutam ou lêem os artigos, esperam um esclarecimento, um conselho, um ombro amigo, uma verdade. Ao darmos essa ajuda ou esses aconselhamentos recebemos reconhecimento e gratidão por nossa disponibilidade e, desta forma, nos sentimos preenchidos interiormente pelo trabalho feito. Mas... quanta responsabilidade sentimos!
Eu sinto muita pena e tenho compaixão por aqueles que sofrem, mas sinto pena e compaixão maior por aqueles que não têm Fé. Percebo que existe mais dificuldade em aceitar ou superar o sofrimento naqueles seres que colocam sua vida somente na mão dos médicos e dos remédios. Em minha opinião, a Cura se inicia sempre no mundo espiritual. O remédio não cura a alma. A homeopatia e outras terapias alternativas e holísticas - como a EFT* - nos ensinam que existem doentes e não doenças e que devemos curar o corpo sutil antes do corpo físico.
Bom, vou concluir nossa reflexão de hoje com essa pergunta: como irei me desprender de tudo o que tenho, tudo o que conquistei, tudo o que amo? Como deixar para trás os entes queridos, aqueles que amamos, no momento de minha partida? Será a sincronicidade com a conjunção de Saturno com o Sol em Libra, mas hoje como hoje, sinto uma profunda melancolia interior e me parece que a dor de toda a humanidade está dentro de mim. Reconheço que o que me acorrentará na cadeia das reencarnações é o apego ao mundo material, ou seja, os desejos. Por essa razão peço perdão e ajuda a Deus para que me encaminhe para o Nosso Lar com o auxilio dos Guias Espirituais quando chegar o meu momento. Espero, desta maneira e do fundo do meu coração, servir de exemplo, compartilhando com vocês, caros leitores, minhas experiências e minhas reflexões.
Graziella Marraccini
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