Além do horizonte, existem outros mundos a serem descobertos.
Lá, folhas não caem, elas flutuam.
Lá, o meio de transporte são pássaros que vem até você e com o suspiro de seu amor, neste mundo todos andam de mãos dadas lá é aonde a harmonia toma conta da natureza de todas as espécies viventes.
Lá, não colhemos flores, mas as flores colhem a gente.
Chegou o tempo de despertar e acreditar que esta vida vale apena ser vivida.
-Rhenan Carvalho-

sexta-feira, 20 de julho de 2007

imagem:Mecenas Salles

DESAPEGO

Um dos maiores obstáculos à nossa evolução tem sido, sem dúvida alguma, o apego às coisas materiais. Se queremos a perfeição, temos que nos desvencilhar de toda carga externa, de todas as posses, pois “todo aquele que, dentre vós não renunciar a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo” (Lc 14:33).

Sabemos que na fase evolutiva que nos encontramos é difícil desapegarmos totalmente de todas as coisas da terra. Entretanto, é bom que nos conscientizemos o mais rápido possível que temos que aos poucos ir nos desvencilhando de todas as posses sejam elas grandes ou pequenas.

É lógico que Jesus ao dizer: “desfazei-vos de todos os vossos bens e segui-me” (Mt 19:21), não pretendia estabelecer como princípio absoluto que cada um devesse despojar-se daquilo que possui e que a salvação só tem esse preço, mas mostrar que o apego aos bens terrenos é um obstáculo à salvação. A conseqüência dessas palavras proferidas por Jesus e tomadas em sua acepção rigorosa seria a abolição da fortuna por ser nociva à felicidade futura, e até mesmo a condenação do trabalho que leva a ela.

Essas palavras tomadas, portanto, ao pé da letra, teriam uma acepção absurda que conduziriam o homem à vida selvagem e que por isso mesmo estariam em contradição com a lei do progresso, que é lei divina.

O desapego proposto por Jesus é possuir sem ser possuído. Podemos e devemos trabalhar muito, procurando sempre a melhoria econômica, na certeza, no entanto, de que nosso verdadeiro tesouro será o que advém de nossos atos e ações.

Podemos possuir muitos bens e não sermos possuídos por eles e ainda podemos, com o que nos sobrar, ajudar o progresso do país e às pessoas que nos cercam.
Se estamos sinceramente imbuídos com o progresso e com nosso crescimento interno, é bom que desde já desvencilhamos de todos os bens externos que vão nos atrapalhar na viagem que breve haveremos de fazer ao mundo espiritual.

O excesso do querer vem desequilibrando muita gente que não entende que a verdadeira felicidade não está em decorrência da maior ou menor quantidade de bens materiais que acumulamos.

O homem não deve possuir de seu, senão o que puder levar deste mundo.
O que encontra ao chegar e o que deixa ao partir, goza de sua permanência na terra; mas, uma vez que é forçado a abandoná-lo dele não tem senão o gozo e não a posse real.
Portanto, a felicidade não consiste em possuir ou não possuir bem externos, mas sim na atitude interna de não ser por eles, possuído.

Autor/Fonte:Sérgio de Souza Cavalcanti - Livro Sândalo

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