Além do horizonte, existem outros mundos a serem descobertos.
Lá, folhas não caem, elas flutuam.
Lá, o meio de transporte são pássaros que vem até você e com o suspiro de seu amor, neste mundo todos andam de mãos dadas lá é aonde a harmonia toma conta da natureza de todas as espécies viventes.
Lá, não colhemos flores, mas as flores colhem a gente.
Chegou o tempo de despertar e acreditar que esta vida vale apena ser vivida.
-Rhenan Carvalho-

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Sementes para plantar



Um grande rei, pai de três filhos, precisava escolher entre um deles o seu sucessor. A decisão era muito difícil pois os três eram muito inteligentes e corajosos.
Além disso, eles eram trigêmeos e o rei não sabia como realizar a sua escolha. Por isso, procurou conselhos com um sábio do reino, que lhe deu uma idéia.
O soberano foi para casa e chamou os três filhos. Informou-lhes que necessitaria partir para uma viagem muito prolongada, mas que desejava deixar com cada um deles algo muito precioso.

Tomou de três pacotes com sementes e deu um para cada um dos filhos, com a
recomendação de que eles deveriam devolvê-las, quando ele retornasse, dentro
de um ou talvez, dois anos. Frisou que, aquele que melhor cuidasse das sementes, seria o seu sucessor.
O primeiro filho, tão logo o pai partiu, começou a pensar o que deveria fazer com aquelas sementes. Finalmente, resolveu trancá-las em um cofre, raciocinando que, quando o pai voltasse, ele devolveria as sementes como as havia recebido.
O segundo filho, observando o que fizera o irmão, pensou que se ele trancasse as sementes, elas morreriam. E sementes mortas, não são mais sementes. Por isso, foi ao mercado, vendeu as sementes e guardou o dinheiro. Assim, quando o pai voltasse, ele retornaria ao mercado e compraria sementes novas, até melhores do que as que o pai lhe houvera deixado.
O terceiro filho foi ao jardim. Olhou a imensidão da terra que circundava
todo o grande palácio, e resolveu atirar as sementes por todos os lugares.

Quando o pai regressou da sua viagem, três anos depois, o primeiro filho correu ao cofre, abriu e descobriu, desolado, que as sementes estavam secas, mortas.
Triste, o pai olhou aquele pacote e disse ao filho: "são estas as sementes que dei a você? Elas tinham a possibilidade de desabrochar, de se transformar em flores e exalar um delicioso perfume. No entanto, agora, de nada valem. Estão mortas."
O segundo filho foi até o mercado, comprou sementes novas e, orgulhoso, foi
entregá-las ao pai, que elogiou a idéia do rapaz, mas lhe disse que, de verdade, ele não fizera nada de especial.
O terceiro filho apresentou-se ao pai e lhe disse não possuir mais as sementes. Entretanto, convidou o rei para ir até o jardim, e lhe mostrou centenas de plantas crescendo, flores desabrochando por todos os lados, numa profusão de cores e de perfumes interminável.

O rei o abraçou, feliz, dizendo-lhe: "esta é a maneira correta de proceder
com as riquezas. Você é digno de ser meu sucessor."

***

Todos os talentos que possuímos são como as flores. Não podem ser guardados em cofres, porque morrem, secam. Dinheiro, beleza, poder, precisam ser semeados para florescer. O que equivale a dizer, usados para gerar mais riquezas, mais beleza e proteção a todos.
O amor, para dar frutos e espalhar perfumes, que a muitos beneficiem, necessita ser semeado no coração das outras pessoas.
Todos nós temos a capacidade de transformar o deserto em que o mundo está se tornando num imenso oásis de paz, amor e beleza.
Um lugar onde o sol, as estrelas, o vento e o mar sejam realmente para
todos.

Baseado no livro "A revolução dos
campeões", de Roberto Shinyashiki, ed. Infinito, 48ª edição.

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