Além do horizonte, existem outros mundos a serem descobertos.
Lá, folhas não caem, elas flutuam.
Lá, o meio de transporte são pássaros que vem até você e com o suspiro de seu amor, neste mundo todos andam de mãos dadas lá é aonde a harmonia toma conta da natureza de todas as espécies viventes.
Lá, não colhemos flores, mas as flores colhem a gente.
Chegou o tempo de despertar e acreditar que esta vida vale apena ser vivida.
-Rhenan Carvalho-

domingo, 13 de março de 2011

Algo fora do comum

Diz o mestre:

Hoje seria bom fazer algo fora do comum. Podemos, por exemplo, dançar na rua enquanto caminhamos para o trabalho. Olhar nos olhos de um desconhecido e falar de amor à primeira vista. Dar ao chefe uma ideia que pode parecer ridícula, mas em que acreditamos. Comprar um instrumento que sempre quisemos tocar, e nunca nos arriscamos.

Os guerreiros da luz se permitem tais dias.

Hoje podemos chorar algumas mágoas antigas que ainda estão presas na garganta. Telefonaremos para alguém com quem juramos nunca mais falar (mas de quem adoraríamos escutar um recado em nossa secretária eletrônica).

Hoje pode ser considerado um dia fora do roteiro que escrevemos todas as manhãs.

Hoje qualquer falha será admitida e perdoada.

Hoje é dia de se ter alegria na vida.

Paulo Coelho

sábado, 12 de março de 2011

Amar...

"Amar uma pessoa, desejando que ela desenvolva um amor recíproco por você,
não significa colocar sua felicidade de hoje dependendo da atitude que outra pessoa vai tomar amanhã.
Afinal, por que você não poderia ser feliz agora, amando uma pessoa que não te ama? Nada impede!
Talvez o problema surja justamente do erro que cometemos
ao vincular duas coisas numa relação de dependência que não precisa existir.
A minha felicidade não depende de nada, nem de ninguém, só depende de mim mesmo.
Posso ser feliz estando casado, ou estando solteiro, sendo rico, ou sendo pobre...
A falta de alguém não pode me tornar infeliz.
Se eu colocar em cima de outra pessoa a responsabilidade de me fazer feliz,
na verdade não amo essa pessoa que quero que esteja ao meu lado.
Estou usando-a como uma bengala, e nesse caso só estou amando a mim mesmo,
estou sen do egoísta, determinando que esse outro ser desincumba a função
de me servir e suprir minhas necessidades.
Isso é o extremo oposto do amor.
Amar é gostar tanto de uma pessoa,
que nós só temos vontade de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para ajudá-la a ser melhor.
É ter alguém que nos inspira tanto carinho,
que queremos nos esforçar para sermos capazes de lhe oferecer um bem maior a cada dia."


Flavia Camargo (Livro Diferenças em Comum)

sexta-feira, 11 de março de 2011

A importância de amar a si mesmo

O maior milagre no mundo é este: você existe, eu existo. Existir é o maior milagre, e a meditação abre as portas para esse grande milagre.

Mas somente uma pessoa que ama a si mesma pode meditar; do contrário, você está sempre fugindo de si mesmo, evitando a si mesmo. Quem quer olhar para uma face feia e quem quer penetrar num ser feio?

Quem quer penetrar fundo em sua própria lama, em sua própria escuridão? Quem quer entrar no inferno que você julga ser? Você quer manter tudo isso coberto com belas flores e sempre fugir de si mesmo.

Por isso as pessoas estão continuamente procurando companhia. Elas não conseguem ficar com elas mesmas e querem ficar com outras. As pessoas estão procurando qualquer tipo de companhia; se elas puderem evitar a companhia delas mesmas, qualquer coisa servirá.

Elas sentarão num cinema durante três horas, assistindo algo completamente idiota; lerão um romance policial por horas, desperdiçando seu tempo. Lerão o mesmo jornal repetidamente, apenas para se manterem ocupadas; jogarão cartas e xadrez apenas para matar o tempo, como se tivessem muito tempo!

Nós não temos muito tempo, não temos tempo suficiente para nos desenvolver, para ser, para nos alegrar.

Mas este é um dos problemas básicos criados por uma educação equivocada: evite a si mesmo. As pessoas ficam sentadas em frente à TV, grudadas na poltrona durante quatro, cinco, até seis horas.

Na média, o norte-americano assiste à televisão durante cinco horas por dia, e essa doença se espalhará por todo o mundo. E o que você está vendo? E o que você está ganhando com isso? Queimando seus olhos...

Mas isso sempre foi assim; mesmo se a televisão não existisse, haveria outras coisas. O problema é o mesmo: como evitar a si mesmo? Porque a pessoa se sente muito feia. E quem a fez ficar tão feia? Seus pretensos religiosos, seus papas, seus shankaracharyas. Eles são responsáveis por distorcerem suas faces, e foram bem-sucedidos, tornaram todos feios.

Toda criança nasce bela e, então, começamos a distorcer sua beleza, mutilando-a e paralisando-a de muitas maneiras, distorcendo sua proporção, tornando-a desequilibrada. Mais cedo ou mais tarde ela fica tão desgostosa consigo mesma que aceita ficar com qualquer um. O sujeito pode procurar uma prostituta apenas para evitar a si mesmo.

Ame a si mesmo, diz Buda. E isso pode transformar todo o mundo, pode destruir todo o feio passado, pode anunciar uma nova era, pode ser o princípio de uma nova humanidade.

Osho

quarta-feira, 9 de março de 2011

Obesidade mental

O prof. Andrew Oitke, catedrático de Antropologia em Harvard, publicou em 2001 o seu polêmico livro “Mental Obesity”, que revolucionou os campos da educação, jornalismo e relações sociais em geral.

Nessa obra introduziu o conceito em epígrafe para descrever o que considerava o pior problema da sociedade moderna.

Há apenas algumas décadas, a Humanidade tomou consciência dos perigos do excesso de gordura física decorrente de uma alimentação desregrada. É hora de refletir sobre os nossos abusos no campo da informação e do conhecimento, que parecem estar dando origem a problemas tão ou mais sérios do que a barriga proeminente. "

Segundo o autor, "a nossa sociedade está mais sobrecarregada de preconceitos do que de proteínas; e mais intoxicada de lugares-comuns do que de hidratos de carbono.

As pessoas se viciaram em estereótipos, em juízos apressados, em ensinamentos tacanhos e em condenações precipitadas.

Todos têm opinião sobre tudo, mas não conhecem nada. "

"Os 'cozinheiros' desta magna “fast food” intelectual são os jornalistas, os articulistas, os editorialistas, os romancistas, os falsos filósofos, os autores de telenovelas e mais uma infinidade de outros chamados 'profissionais da informação'".

"Os telejornais e telenovelas estão se transformando nos hamburgers do espírito. As revistas de variedades e os livros de venda fácil são os “donuts” da imaginação. Os filmes se transformaram na pizza da sensatez."

"O problema central está na família e na escola. "

"Qualquer pai responsável sabe que os seus filhos ficarão doentes se abusarem dos doces e chocolates. Não se entende, então, como aceitam que a dieta mental das crianças seja composta por desenhos animados, por videojogos que se aperfeiçoam em estimular a violência e por telenovelas que exploram, desmesuradamente, a sexualidade, estimulando, cada vez com maior ênfase, a desagregação familiar, o homossexualismo, a permissividade e, não raro, a promiscuidade.

Com uma 'alimentação intelectual' tão carregada de adrenalina, romance, violência e emoção, é possível supor que esses jovens jamais conseguirão viver uma vida saudável e regular".

Um dos capítulos mais polêmicos e contundentes da obra, intitulado "Os abutres", afirma:

"O jornalista alimenta-se, hoje, quase que exclusivamente de cadáveres de reputações, de detritos de escândalos, e de restos mortais das realizações humanas. A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular."

O texto descreve como os "jornalistas e comunicadores em geral se desinteressam da realidade fervilhante, para se centrarem apenas no lado polêmico e chocante".

"Só a parte morta e apodrecida ou distorcida da realidade é que chega aos jornais."

"O conhecimento das pessoas aumentou, mas é feito de banalidades.

Todos sabem que Kennedy foi assassinado, mas não sabem quem foi Kennedy.

Todos dizem que a Capela Sistina tem teto, mas ninguém suspeita para quê ela serve.

Todos acham mais cômodo acreditar que Saddam é o mau e Mandella é o bom, mas ninguém se preocupa em questionar o que lhes é empurrado goela abaixo como "informação".

Todos conhecem que Pitágoras tem um teorema, mas ignoram o que é um “cateto.”

Prossegue o autor:

"Não admira que, no meio da prosperidade e da abundância, as grandes realizações do espírito humano estejam em decadência.

A família é contestada, a tradição esquecida, a religião abandonada, a cultura banalizou-se e o folclore virou "mico". A arte é fútil, paradoxal ou doentia.

Floresce, entretanto, a pornografia, o cabotinismo (aquele que se elogia), a imitação, a sensaboria (sem sabor) e o egoísmo.

Não se trata nem de uma era em decadência, nem de uma 'idade das trevas' e nem do fim da civilização, como tantos apregoam. "

"Trata- se, na realidade, de uma questão de obesidade que vem sendo induzida, sutilmente, no espírito e na mente humana. O homem moderno está adiposo no raciocínio, nos gostos e nos sentimentos.

O mundo não precisa de reformas, desenvolvimento, progressos. Precisa sobretudo de dieta mental."

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Por que perdoar?

Sempre que ouvimos a palavra perdoar, sentimos uma espécie de calafrio. Imediatamente nos defendemos dizendo que não somos iluminados para fazê-lo, verdadeiramente. Mas não se trata de se parecer com um ascensionado e sim entender o mecanismo que antecede ao perdão. Uma vez aprendido isso fica bem mais fácil.

Ao longo de nossa vida, pessoas cruzam o nosso caminho, umas rapidamente e outras mais ou menos intimamente. Elas nos trazem algo sobre nós mesmos que pode ser bom ou ruim, mas que espelham as nossas verdades internas. Se percebemos logo, imediatamente entendemos e nos aceitamos, sem desconforto.

Se demoramos, rejeitamos quem nos mostra a nossa pior parte. Daí em diante, surge a mágoa, o ressentimento e até o ódio que é proporcional ao nosso descontentamento conosco.

Antes de culpar quem quer que seja, olhemos para dentro e perguntemos:

“ O que essa pessoa causa em mim?

O que ela está me mostrando que eu não quero ver dentro de mim?”

Tão logo respondemos a essa pergunta e nos aceitamos com a dificuldade identificada, mais rapidamente nos transformamos.

Ao mesmo tempo que isso ocorre, a pessoa que nos fez ver também se liberta, pois não há mais necessidade de mostrar mais nada, nós já compreendemos. Então ocorre o perdão mútuo quando deixamos a imagem da pessoa dentro de nós mudar, juntamente com a nossa própria imagem dentro de nós que se reconheceu assim.

Cada UM é para cada UM do jeito que precisa SER. Quando nós libertamos as imagens das pessoas internalizadas em nós, sejam parentes, amigos, cônjuges, chefes, eles passam a não mais ser assim.

Como se trocássemos os seus papéis. O seu roteiro para nós.

É fácil constatar, basta observar a forma com que você lida com cada pessoa à sua volta. Cada uma delas necessita de uma face sua, de um comportamento seu. Assim somos mais dóceis com uns, mais seguros com outros, agressivos com outros tantos, brilhantes com mais outros e assim por diante.

Somos protagonistas, roteristas, diretores, produtores, da nossa peça que encenamos diariamente, a fim de crescer. São nossas escolhas. Se queremos mudar a peça, precisamos liberar os personagens contratados e fazê-los encenar outra peça. E isso está tudo dentro de nós.

Experimentem olhando a foto de alguém e dizendo

“eu liberto você desse papel e coloco você desempenhando um papel de alguém maravilhoso, amoroso, inteligente, generoso, próspero, saudável e outras qualidades mais e veja, depois de algum tempo repetindo o processo, como essa pessoa passa a se comportar com você.

Todos nós somos assim desse jeito que você o formatou.

Não existe ninguém no mundo que não tenha todos estes atributos. Nada está sendo feito e desejado que esbarre no comportamento original de cada um. Quando desejamos tudo isso a alguém, estamos desejando para nós também.

Quem já não ouviu as frases tais como “deseje para o outro o que quer para si mesmo” ou “sempre olhe o lado positivo das pessoas”. Isso nada mais é do que variável do mesmo tema.

Mude a peça de teatro da sua vida. Isso é perdoar o outro e, conseqüentemente, se perdoar também.

Vera Ghimmel

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A Mente Humana

A mente humana grava e executa tudo que lhe é enviado, seja através de palavras, pensamentos ou atos, seus ou de terceiros, sejam positivos ou negativos, basta que você os aceite.

Essa ação sempre acontecerá, independente se traga ou não resultados positivos para você.

Um cientista de Phoenix - Arizona - queria provar essa teoria. Precisava de um voluntário que chegasse às últimas conseqüências.

Conseguiu um em uma penitenciária. Era um condenado à morte que seria executado na penitenciária de St. Louis no estado de Missouri, onde existe pena de morte.

Propôs a ele o seguinte: ele participaria de uma experiência científica, na qual seria feito um pequeno corte em seu pulso, o suficiente para gotejar o seu sangue até a ultima gota final. Ele teria uma chance de sobreviver, caso o sangue coagulasse. Se isso acontecesse, ele seria libertado, caso contrário, ele iria falecer pela perda do sangue, porém, teria uma morte sem sofrimento e sem dor.

O condenado aceitou, pois era preferível do que morrer na cadeira elétrica e ainda teria uma chance de sobreviver.

O condenado foi colocado em uma cama alta, dessas de hospitais, e amarraram o seu corpo para que não se movesse. Fizeram um pequeno corte em seu pulso.

Abaixo do pulso, foi colocada uma pequena vasilha de alumínio. Foi dito a ele que ouviria o gotejar de seu sangue na vasilha. O corte foi superficial e não atingiu nenhuma artéria ou veia, mas foi o suficiente para ele sentisse que seu pulso fora cortado.

Sem que ele soubesse, debaixo da cama tinha um frasco de soro com uma pequena válvula. Ao cortarem o pulso, abriram a válvula do frasco para que ele acreditasse que era o sangue dele que está caindo na vasilha de alumínio. Na verdade, era o soro do frasco que gotejava.

De 10 em 10 minutos, o cientista, sem que o condenado visse, fechava um pouco a válvula do frasco e o condenado pensava que era seu sangue que estava diminuindo.

Com o passar do tempo, foi perdendo a cor e ficando fraco. Quando os cientistas fecharam por completo a válvula, o condenado teve uma parada cardíaca e faleceu, sem ter perdido sequer uma gota de sangue.

O cientista conseguiu provar que a mente humana cumpre, ao pé-da-letra, tudo que lhe é enviado e aceito pelo seu hospedeiro, seja positivo ou negativo e que a morte pode ser orgânica ou psíquica.

Essa história é um alerta para filtramos o que enviamos para nossa mente, pois ela não distingue o real da fantasia, o certo do errado, simplesmente grava e cumpre o que lhe é enviado.

“Quem pensa em fracassar, já fracassou mesmo antes de tentar". Somos o que pensamos e acreditamos ser.


fonte: revista Superinteressante de julho de 2002