Você conseguiria distinguir se
uma carroça está rodando cheia ou vazia, mesmo sem poder vê-la?
Essa foi a lição que o pai deu
ao filho, numa tarde quente de verão, na tranquilidade da pequena fazenda.
Ele convidou o pequeno para ir
ao bosque a fim de escutarem juntos o canto dos pássaros, no silêncio da mata.
Após ouvirem por longo tempo a
sinfonia dos pássaros, dirigiram-se para uma clareira e o pai perguntou ao
filho:
Você está ouvindo alguma coisa
além do canto dos pássaros?
O filho apurou os ouvidos e
depois de alguns segundos respondeu:
Estou ouvindo o barulho de uma
carroça que deve estar descendo pela estrada.
Isso mesmo, disse o pai. É uma
carroça vazia.
Mas como é que o senhor sabe
que está vazia se não a podemos ver? Perguntou o garoto intrigado.
Ora, filho, é muito fácil
saber que uma carroça está vazia, e sabe por quê?
Não, respondeu o filho.
O pai apoiou a mão no ombro do
menino, olhou bem nos seus olhos e disse:
Podemos identificar que uma carroça
está vazia pelo barulho que ela faz. Quanto mais vazia, mais barulhenta é.
O garoto, que certamente
falava demais e sem pensar muito, logo entendeu a lição e jamais esqueceu que,
quanto mais vazia, mais barulho faz a carroça.
* * *
A lição daquele pai,
certamente, serve para muitos adultos que costumam falar e falar, sem se dar
conta que suas palavras são vazias tanto quanto sua própria intimidade.
Há pessoas que são
barulhentas, falam alto, gesticulam muito, não deixam ninguém falar e acabam
ficando sozinhas.
Na ânsia de disfarçar o vazio
da alma, fazem muito barulho exterior, infelicitando-se e infelicitando os que
as cercam.
A arte de bem falar ainda é
pouco conhecida de muitos de nós.
E falar bem nunca significou
falar muito, pelo contrário, o poder de síntese é qualidade dos sábios.
Falar pouco e dizer muito é
coisa que poucos sabem fazer.
Mas, falar muito e dizer
pouco, é um fato comum.
Quem fala demais e diz o que
não deve, acaba escravizado pelas próprias palavras que, uma vez ditas, não
podem mais ser apagadas. Mas, enquanto nós não as dizemos, são nossas
prisioneiras e temos sobre elas total domínio.
Dessa forma, antes de
proferirmos palavras ao vento, lembremo-nos de que podemos ser identificados
pelo nosso modo de falar e pela quantidade e a qualidade das nossas palavras.
Vale a pena lembrar, ainda,
que a faculdade da fala nos foi dada por Deus para construir e edificar,
evoluir e promover o crescimento dos outros.
* * *
Uma palavra gentil é como uma
flor, que exala perfume e balsamiza quem a ouve.
Uma palavra fraternal é como
um raio de sol, que ilumina e aquece quem dela necessita.
Uma palavra cordial é como
suave brisa capaz de pacificar corações e aquietar almas em convulsões.
E as palavras do Cristo são
rotas luminosas, pão de sustento, água refrescante, bálsamo bendito para
incontáveis corações...
Fonte: internet