Além do horizonte, existem outros mundos a serem descobertos.
Lá, folhas não caem, elas flutuam.
Lá, o meio de transporte são pássaros que vem até você e com o suspiro de seu amor, neste mundo todos andam de mãos dadas lá é aonde a harmonia toma conta da natureza de todas as espécies viventes.
Lá, não colhemos flores, mas as flores colhem a gente.
Chegou o tempo de despertar e acreditar que esta vida vale apena ser vivida.
-Rhenan Carvalho-

terça-feira, 20 de março de 2012

Smorgado escreve "Sinto-me só, o que é bom, mas estou confuso. Não sei o que está a acontecer. As coisas estão a mudar por dentro de mim, então, às vezes, fico assustado, às vezes há um sentimento flutuante.

Isso é natural. Sempre que você se sentir assustado, apenas relaxe. Aceite o fato de que o medo está lá, mas não faça nada com ele. Ignore-o, não lhe dê atenção. Observe o corpo. Não devia haver nenhuma tensão. Se não houver nenhuma tensão no corpo, o medo desaparece automaticamente. O medo cria um certo estado de tensão no corpo, para se enraizar nele. Se o corpo estiver relaxado, medo está fadado a desaparecer. Uma pessoa relaxada não pode ser medrosa. Você não pode assustar uma pessoa relaxada. Mesmo que o medo surja, ele virá como uma onda... Não criará raízes.

O medo a chegar e a ir como ondas e você permanecendo intocado por ele... é belo. Quando ele cria raízes e começa a crescer em si, então torna-se um crescimento, um crescimento canceroso. Assim deforma o seu organismo interior.

Portanto, sempre que se sentir temeroso, uma coisa a observar é que o corpo não deve ficar tenso. Deite-se no chão e relaxe - o relaxamento é o antídoto para o medo - e ele irá chegar e passar. Você simplesmente observa.

Esse observar não deve ser de interesse - indiferente. A pessoa apenas aceita que está tudo bem. O dia está quente, o que pode você fazer? O corpo está a transpirar... É preciso passar por isso. A noite está próxima e uma brisa fresca soprará... Então apenas observe o facto e fique relaxado.

Assim que pegar o jeito, logo o conseguirá - se está relaxado, o medo não se pode colar em si, ele vem e passa e deixa-o tranquilo - assim você terá a chave. E ele virá. Ele virá porque quanto mais mudamos, mais medo virá.

Toda a mudança gera medo, porque toda mudança o leva ao desconhecido, a um mundo estranho. Se nada mudar e tudo permanecer estático, você nunca terá medo algum. Isto significa que se tudo estiver morto, você não terá medo.

Por exemplo, você está sentado e existe uma rocha ao seu lado. Não há nenhum problema: você olha para a rocha e está tudo bem. De repente, a rocha começa a se mover; você fica assustado. Vivo! Movimento gera medo; e se tudo estiver parado, não há nenhum medo. Eis porque pessoas, com medo de cair em situações temerosas, arranjam uma vida sem mudanças. Tudo permanece na mesma e a pessoa segue uma rotina morta, completamente esquecida de que a vida é um fluxo. Ela permanece numa ilha própria onde nada muda. A mesma sala, as mesmas fotografias, a mesma mobília, a mesma casa, os mesmos hábitos, as mesmas camas - tudo na mesma. O mesmo maço de cigarros; não gostará sequer mesmo de uma marca diferente. Entre isso, no meio dessa mesmice, a pessoa sente-se à vontade.

As pessoas vivem quase que em seus túmulos. O que chama de uma vida conveniente e confortável não é nada senão um túmulo disfarçado. Então, quando você começa a mudar, quando começa na jornada do espaço interior, quando se torna um astronauta do espaço interior, tudo está a mudar depressa, cada momento tremendo de medo. Desse modo, mais e mais medo precisa ser enfrentado.

Deixe o medo estar lá. Pouco a pouco começará a desfrutar tanto das mudanças que estará preparado a qualquer custo. Mudanças irão dar-lhe vitalidade... Mais vivacidade, alegria, energia. Então você não será como um poço - fechado por todos os lados, estático.
Você se tornará como um rio correndo em direcção ao desconhecido, em direcção ao oceano onde desaparece.

Osho

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