Eu sinto a angústia pulsando na sístole e diástole do meu coração, eu vejo o espaço entre as pessoas, tudo aquilo que as separa e as aparta uma das outras. Mas enxergo também as linhas invisíveis que me ligam a elas, os fios de prata brilhantes, ligações energéticas e espirituais fluindo como rios, desconhecidas aos insensíveis e tão visíveis aos sensíveis.
Eu sinto o vazio dentro de mim sendo preenchido pouco a pouco, pelo tempo que abarca, abraça e engoli toda minha existência, eu vejo a morte sorrindo, mas é uma morte branca e calma, a morte que acontece, mas não existe, porque a vida é muito maior. Eu entendo a morte não como um ponto final, mas como reticências...
Sentado me aquecendo na fogueira que ardem junho, penso que se eu pudesse saber realmente quem eu sou, saberia um pouco mais sobre quem você é. Apesar da distancia entre nós, somos parecidos. Perdi um pouco daquela urgência, ando mais ponderado e por isso, mais no centro de mim, já não me esfacelo tão facilmente, ando mais solido por fora, mas ainda mais macio por dentro. Embora isso pareça uma grande façanha, é apenas mais um dos objetivos da minha alma.
O de passar por aqui deixando pegadas.
Andre Luis Aquino
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