Estamos novamente agarrados nas barbas de mais um ano que se finda. Alguns projetos ganharam novos rumos, outros concluídos com sucesso absoluto, outros nem saíram do rascunho. O tempo deixa marcas de verdades inquestionáveis.
Nem tudo que reluz é ouro. Entretanto, das sombras se reconstrói a luz. Percebemos quão fortes somos. Com sofreguidão nos arrastamos no pó, o corpo ferido, sangra.
Entre suor e lágrima, levantamos-nos sacudimos a fuligem, o sol queima a face mal-tratada, e inevitavelmente somos arrebatados, por sentimento fluindo de alegria.
Aquele ser tão frágil, sem muita expectativa e conteúdo, sem argumento na ponta da língua, com riso tímido, descobre-se forte sem armaduras. Lança as máscaras no chão, e vê os obstáculos claros a sua frente, treme, e a cabeça gira, escorre suor frio, as mãos mal conseguem segurar a espada e num piscar dos olhos, derruba o opressor.
Sonhos não são meras ilusões. Nós é que sufocamos, trancafiamos no armário, fingimos esquecimento e deixamos o medo, impor o dedo, levantando o tom de voz. Ás vezes é preciso ser “sacudido”, por uma enfermidade, uma má noticia, decepção, reflexão de valores e crenças, para perceber, que não somos um numero a mais no senso, cada ser com uma identidade própria e universal, agregada de valores e fraquezas.
A vida é um presente recheado de surpresas. Uma piada, um mistério desvendado, a simplicidade da felicidade revelada. O desejo com urgência, incontido e insano. É tolice, bobice e criancice. Ser feliz é cultivar um “namorico” inocente, que tão bem faz pra alma da gente. Faz-nos lembrar que a vida é passageira e se der bobeira, ela passa a nossa frente fazendo alegoria e a gente nem vê...
Águida Hettwer
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