Além do horizonte, existem outros mundos a serem descobertos.
Lá, folhas não caem, elas flutuam.
Lá, o meio de transporte são pássaros que vem até você e com o suspiro de seu amor, neste mundo todos andam de mãos dadas lá é aonde a harmonia toma conta da natureza de todas as espécies viventes.
Lá, não colhemos flores, mas as flores colhem a gente.
Chegou o tempo de despertar e acreditar que esta vida vale apena ser vivida.
-Rhenan Carvalho-

domingo, 18 de maio de 2008

Perdoar, Libertar-se

Se alguém lhe atirasse uma pedra, o que você faria com ela?
Você a ajuntaria e guardaria para atirar no seu agressor em momento oportuno a ou jogaria fora?
Trataria dos ferimentos e esqueceria a pedra no lugar em que ela caiu?

Se você respondeu que a guardaria para devolver em momento oportuno,então pense em como essa pedra irá atrapalhá-lo durante a caminhada.
Vamos supor que você a guarde no bolso da camisa, onde fique bem fácil pegá-la quando for preciso.
Agora imagine como essa pedra lhe causará bastante desconforto.

Primeiro porque será um peso morto a lhe dificultar a caminhada lhe exigindo maior esforço para mantê-la no lugar.
Segundo porque cada vez que você for abraçar alguém, ambos sentirão aquele objeto estranho a machucar o peito.
Terceiro porque se você ganhar uma flor, por exemplo, não poderá colocá-la no bolso já que ele estará ocupado com aquele peso inútil.
Em quarto lugar, o seu agressor poderá desaparecer da sua vida e você nunca mais voltar a encontrá-lo e, nesse caso, terá carregado a pedra inutilmente.

Fazendo agora uma comparação com uma ofensa qualquer que você venha a receber, podemos seguir o mesmo raciocínio.
Se você guardar a ofensa para revidar em momento oportuno, pense em como será um peso inútil a sobrecarregar você.
Pense em quanto tempo perderá mentalizando o seu agressor e imaginando planos para vingar-se.
Pondere quantas vezes você deixará de sorrir para alguém pensando em como devolverá a ofensa.

E se você insistir em alimentar a idéia de revide, com o passar do tempo se tornará uma pessoa amarga e infeliz, pois esse ácido guardado em sua intimidade apagará o seu brilho e a sua vitalidade.
Mas se você pensa diferente e quando recebe uma pedrada, trata dos ferimentos e joga a pedra fora, perceberá que essa é uma decisão inteligente, pois agirá da mesma forma quando receber outra ofensa qualquer.

Quem desculpa seu agressor é verdadeiramente uma pessoa livre, pois perdoar é libertar-se.
Ademais, quem procura a vingança se iguala ao seu agressor e perde toda razão mesmo que esteja certo.
Somente pode considerar-se diferente quem age de forma diferente e não aquele que deseja fazer justiça com as próprias mãos.
Em casos de agressões que mereçam providências, devemos buscar o apoio da justiça
e deixar a cargo desta os devidos recursos.
Todavia, vale ressaltar que perdoar não é apenas esquecer temporariamente as ofensas, é limpar o coração de qualquer sentimento de vingança ou de mágoa.

A pedra bruta perdoa as mãos que a ferem, transformando-se em estátua valiosa.
O grão de trigo perdoa o agricultor que o atira ao solo, multiplicando-se em muitos grãos que, esmagados, enriquecem a mesa.
O ferro deixa-se dobrar sob altas temperaturas e perdoa os que o modelam, connstruindo segurança e conforto.

Perdoar, portanto, é impositivo para toda hora e todo instante, pois o perdão verdadeiro é como uma luz arremessada na direção da vida e que voltará sempre à fonte de onde saiu.

Pensamento do livro
Repositório de Sabedoria vol. II,
verbete: perdão.

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